Sai Janot, entra Dodge — e uma infinidade de perguntas
ÀS SETE - A procuradora-geral assume em momento de alta tensão entre congressistas e membros do MPF de toda a história
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2017 às 06h29.
Última atualização em 18 de setembro de 2017 às 08h04.
A posse da nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, marca o fim de um dos mandatos mais intensos da instituição.
A troca de bastão na chefia do Ministério Público Federal (MPF) acontece na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR), às 8 horas.
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Dodge substitui Rodrigo Janot , que ocupava a principal cadeira do MPF e conduzia investigações contra a classe política na Operação Lava-Jato desde 2013, em dois mandatos.
A lista de presença chama atenção. A procuradora-geral assume em momento de alta tensão entre congressistas e membros do MPF de toda a história e, ainda assim, o evento será presidido por Michel Temer, “recém-bidenunciado” pela PGR de Janot.
O horário da cerimônia, inclusive, foi alterado de 10h30 para 8 horas para garantir a participação do peemedebista, que responde como líder do “quadrilhão do PMDB na Câmara” e por organização criminosa, pela compra de silêncio de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Lúcio Funaro, descoberta por meio das delações da J&F.
Por outro lado, o próprio Janot não comparecerá. Dodge e ele são tradicionais polos opostos na PGR. O agora ex-procurador-geral considerou falta de cortesia ser convidado apenas por e-mail para a posse de Dodge.
Cada vez mais a procuradora coloca sua marca na gestão e esse é mais um episódio que promete acirrar ânimos na procuradoria entre os grupo alinhado a cada um deles.
Além de ter ensaiado uma aproximação com Temer, Dodge decidiu dar um prazo de 30 dias para a saída da atual equipe da Lava-Jato na PGR, nomeada por seu antecessor.
A informação é da revista Época. Durante as eleições para a PGR, ela havia prometido fazer da operação uma prioridade e que todos os integrantes da equipe de Janot estavam convidados a permanecer.