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Sabesp ignora ordem e libera menos água para Campinas

A cidade pratica há quatro dias rodízio no abastecimento de 1,1 milhão de habitantes, por causa da seca no Rio Atibaia

Campinas: as queixas de falta d’'água se espalharam pelo município (Quatro Rodas)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2014 às 09h43.

São Paulo - Responsável pela operação do Sistema Cantareira, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo ( Sabesp ) descumpriu uma determinação dos órgãos reguladores do manancial para aumentar em 25% o volume de água liberado para atender a região de Campinas, que há quatro dias pratica rodízio no abastecimento de 1,1 milhão de habitantes, por causa da seca no Rio Atibaia.

O aumento de 4 mil para 5 mil litros por segundo da vazão de água do Cantareira para o interior foi determinado na sexta-feira pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), a pedido do Comitê da Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), onde 5,5 milhões de pessoas dependem do Cantareira, incluindo Campinas.

O acréscimo de água para a região deveria sair exclusivamente da Represa Cachoeira, em Nazaré Paulista, que é a terceira maior do manancial e apresenta hoje o melhor nível de armazenamento: 24,9%.

A Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) de Campinas capta 95% da água que abastece o município do Rio Atibaia, que é formado pelos Rios Cachoeira e Atibainha.

Na prática, contudo, o aumento não ocorreu. A baixa vazão do Rio Atibaia reduziu a oxigenação nas águas e aumentou o nível de poluição, fazendo a Sanasa só conseguir captar e tratar 60% da demanda por água na cidade em pleno fim de semana de calor intenso, quando o consumo cresce.

As queixas de falta d’'água se espalharam pelo município, em especial nas regiões mais altas e afastadas do centro, como os bairros Campo Grande, Jardim Londres e Ouro Verde.

Pedido

A crise generalizada fez o prefeito de Campinas, Jonas Donizete (PSB), ligar na segunda à noite para o governador Geraldo Alckmin (PSDB), pedindo que liberasse para a região os 25% adicionais determinados pela ANA e pelo DAEE.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, Alckmin relutou em atender o apelo do aliado, mas, após uma reunião com técnicos da área, decidiu liberar metade do aprovado pelos órgãos reguladores, ou seja, 500 litros por segundo.

Segundo a Sanasa, esse volume adicional pode levar até sete dias para chegar ao ponto de captação de Campinas. Enquanto isso, a empresa continuará operando em esquema de rodízio de 12 horas com água e de 12 horas sem água, sem decretar racionamento oficial, sob a justificativa de que a norma técnica determina que os imóveis devam ter caixas d’água suficientes para garantir 24 horas de abastecimento.

Previsão feita pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostra que as chuvas só devem voltar com certa intensidade à região do Cantareira a partir do dia 21.

Revisão

Em nota oficial, a Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos afirmou que "após revisão técnica, a vazão autorizada pelo DAEE e ANA foi de 0,5m³/s (500 litros por segundo), solução adequada diante da atual escassez hídrica". Já a ANA informou que não foi procurada para alterar a decisão inicial e a determinação para liberar mil litros por segundo já deveria ter sido atendida.

A reportagem ainda procurou o DAEE, além das assessorias do prefeito Donizete e do governador Alckmin, que não se manifestaram até as 22 horas desta terça-feira, 14.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - Responsável pela operação do Sistema Cantareira, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo ( Sabesp ) descumpriu uma determinação dos órgãos reguladores do manancial para aumentar em 25% o volume de água liberado para atender a região de Campinas, que há quatro dias pratica rodízio no abastecimento de 1,1 milhão de habitantes, por causa da seca no Rio Atibaia.

O aumento de 4 mil para 5 mil litros por segundo da vazão de água do Cantareira para o interior foi determinado na sexta-feira pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), a pedido do Comitê da Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), onde 5,5 milhões de pessoas dependem do Cantareira, incluindo Campinas.

O acréscimo de água para a região deveria sair exclusivamente da Represa Cachoeira, em Nazaré Paulista, que é a terceira maior do manancial e apresenta hoje o melhor nível de armazenamento: 24,9%.

A Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) de Campinas capta 95% da água que abastece o município do Rio Atibaia, que é formado pelos Rios Cachoeira e Atibainha.

Na prática, contudo, o aumento não ocorreu. A baixa vazão do Rio Atibaia reduziu a oxigenação nas águas e aumentou o nível de poluição, fazendo a Sanasa só conseguir captar e tratar 60% da demanda por água na cidade em pleno fim de semana de calor intenso, quando o consumo cresce.

As queixas de falta d’'água se espalharam pelo município, em especial nas regiões mais altas e afastadas do centro, como os bairros Campo Grande, Jardim Londres e Ouro Verde.

Pedido

A crise generalizada fez o prefeito de Campinas, Jonas Donizete (PSB), ligar na segunda à noite para o governador Geraldo Alckmin (PSDB), pedindo que liberasse para a região os 25% adicionais determinados pela ANA e pelo DAEE.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, Alckmin relutou em atender o apelo do aliado, mas, após uma reunião com técnicos da área, decidiu liberar metade do aprovado pelos órgãos reguladores, ou seja, 500 litros por segundo.

Segundo a Sanasa, esse volume adicional pode levar até sete dias para chegar ao ponto de captação de Campinas. Enquanto isso, a empresa continuará operando em esquema de rodízio de 12 horas com água e de 12 horas sem água, sem decretar racionamento oficial, sob a justificativa de que a norma técnica determina que os imóveis devam ter caixas d’água suficientes para garantir 24 horas de abastecimento.

Previsão feita pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostra que as chuvas só devem voltar com certa intensidade à região do Cantareira a partir do dia 21.

Revisão

Em nota oficial, a Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos afirmou que "após revisão técnica, a vazão autorizada pelo DAEE e ANA foi de 0,5m³/s (500 litros por segundo), solução adequada diante da atual escassez hídrica". Já a ANA informou que não foi procurada para alterar a decisão inicial e a determinação para liberar mil litros por segundo já deveria ter sido atendida.

A reportagem ainda procurou o DAEE, além das assessorias do prefeito Donizete e do governador Alckmin, que não se manifestaram até as 22 horas desta terça-feira, 14.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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