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Rolezinho é passageiro, diz sociólogo

Segundo pesquisador da UnB, fenômeno mostra uma demanda real da sociedade

Participantes do "rolezinho" dançam em frente ao Shopping Leblon, que estava com as portas fechadas para evitar o evento, no Rio de Janeiro (Ricardo Moraes/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2014 às 22h42.

Brasília - Faltam espaços de convivência para jovens no Brasil? O preconceito social nega o acesso a jovens da periferia? O fenômeno do rolezinho foi debatido na noite de hoje (22) no programa 3 a 1, da TV Brasil. Um dos convidados, o sociólogo e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), Antônio Flávio Testa, disse que o rolezinho é algo passageiro, mas que mostra uma demanda real da sociedade. “Isso vai passar, vão ter que se chegar a um acordo. Agora, as grandes reformas para viabilizar o acesso à cultura, à educação e ao lazer serão cobradas pela sociedade. E vai ser uma cobrança muito radical”.

Além do sociólogo, o apresentador Florestan Fernandes Júnior recebeu Max Maciel, coordenador da Rede Urbana de Ações Socioculturais (Ruas), e Helena Abramo, coordenadora-geral de Políticas Setoriais da Secretaria Nacional de Juventude.

Para Helena, os jovens querem mais do que lhes é oferecido, querem afirmar sua presença e essa exigência já havia sido demonstrada nas manifestações de junho do ano passado. “Há uma vontade de se tornar visível e de participar de uma prática que foi valorizada nas manifestações de junho. Isso está mostrando que esses jovens também estão participando desse processo. É um ato de afirmação de uma presença”.

Maciel demonstrou preocupação em torno de tamanha mobilização em volta de uma reunião de jovens. “Me preocupa como uma coisa tao despretensiosa, como se reunir, querer ter acesso e paquerar, causa tanto frisson, tanto temor. Muito mais [sério] é não reconhecer esses jovens, que antes eram invisibilizados. E quando eles querem almejar aquilo, dizem para eles quem pode ou não ter acesso. Essa sociedade demonstra que não está preparada para dialogar e começa a querer segregar”.

Testa lembrou da questão econômica envolvida. Segundo o sociólogo, não é interessante para os comerciantes fecharem as portas de um shopping devido aos rolezinhos, em virtude do prejuízo que um dia sem vendas pode causar. Ele reforça que impedir o acesso aos centros comerciais não é correto, mas deve-se olhar também para a segurança patrimonial. Para ele, as regras nos locais devem ser mais claras e os seguranças mais bem preparados, para as pessoas poderem frequentar os locais com tranquilidade.

À Agência Brasil, Helena disse acreditar que faltam espaços de encontro para as pessoas nas cidades, mas ressalta que os shoppings também fazem parte desse tipo de espaço. “Os shoppings se inventaram como espaços de lazer e não só de consumo. Só que eles imaginam o consumo de um determinado grupo social com um determinado número e, além disso, imaginam o consumo como um ato individual ou de grupos pequenos”.

Florestan acredita que o debate ajudou a apontar as necessidades do público jovem, especialmente das periferias. Ele se junta aos convidados para dizer que o que está acontecendo é um desdobramento dos protestos do ano passado. “O programa apontou as questões para incluir os jovens da periferia na nossa sociedade. Desde as manifestações do ano passado, o jovem está mostrando que está aqui e quer ser reconhecido”.

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Além do sociólogo, o apresentador Florestan Fernandes Júnior recebeu Max Maciel, coordenador da Rede Urbana de Ações Socioculturais (Ruas), e Helena Abramo, coordenadora-geral de Políticas Setoriais da Secretaria Nacional de Juventude.

Para Helena, os jovens querem mais do que lhes é oferecido, querem afirmar sua presença e essa exigência já havia sido demonstrada nas manifestações de junho do ano passado. “Há uma vontade de se tornar visível e de participar de uma prática que foi valorizada nas manifestações de junho. Isso está mostrando que esses jovens também estão participando desse processo. É um ato de afirmação de uma presença”.

Maciel demonstrou preocupação em torno de tamanha mobilização em volta de uma reunião de jovens. “Me preocupa como uma coisa tao despretensiosa, como se reunir, querer ter acesso e paquerar, causa tanto frisson, tanto temor. Muito mais [sério] é não reconhecer esses jovens, que antes eram invisibilizados. E quando eles querem almejar aquilo, dizem para eles quem pode ou não ter acesso. Essa sociedade demonstra que não está preparada para dialogar e começa a querer segregar”.

Testa lembrou da questão econômica envolvida. Segundo o sociólogo, não é interessante para os comerciantes fecharem as portas de um shopping devido aos rolezinhos, em virtude do prejuízo que um dia sem vendas pode causar. Ele reforça que impedir o acesso aos centros comerciais não é correto, mas deve-se olhar também para a segurança patrimonial. Para ele, as regras nos locais devem ser mais claras e os seguranças mais bem preparados, para as pessoas poderem frequentar os locais com tranquilidade.

À Agência Brasil, Helena disse acreditar que faltam espaços de encontro para as pessoas nas cidades, mas ressalta que os shoppings também fazem parte desse tipo de espaço. “Os shoppings se inventaram como espaços de lazer e não só de consumo. Só que eles imaginam o consumo de um determinado grupo social com um determinado número e, além disso, imaginam o consumo como um ato individual ou de grupos pequenos”.

Florestan acredita que o debate ajudou a apontar as necessidades do público jovem, especialmente das periferias. Ele se junta aos convidados para dizer que o que está acontecendo é um desdobramento dos protestos do ano passado. “O programa apontou as questões para incluir os jovens da periferia na nossa sociedade. Desde as manifestações do ano passado, o jovem está mostrando que está aqui e quer ser reconhecido”.

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