Brasil

Roger Pinto Molina diz que quer reconstruir a vida no Brasil

O senador de oposição se disse “muito agradecido” à presidente Dilma Rousseff e à sociedade brasileira


	Os senadores da oposição boliviana Fernando Rodríguez, Jorge Bejarano e Roger Pinto, durante uma greve de fome feita em 2006: "sou um perseguido pelo governo [atual] da Bolívia", disse
 (AFP)

Os senadores da oposição boliviana Fernando Rodríguez, Jorge Bejarano e Roger Pinto, durante uma greve de fome feita em 2006: "sou um perseguido pelo governo [atual] da Bolívia", disse (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2013 às 14h40.

Brasília – Após 455 dias abrigado na Embaixada do Brasil na Bolívia, o senador de oposição Roger Pinto Molina, de 53 anos, disse hoje (25) à Agência Brasil que sonha em reencontrar a família, reconquistar a liberdade e reconstruir a vida.

Sofrendo de cálculo renal e demonstrando sentimentos que intercalam tristeza e melancolia, Pinto Molina se disse “muito agradecido” à presidente Dilma Rousseff e à sociedade brasileira. “Só tenho a agradecer à presidenta e ao povo brasileiro por compreenderem o que se passava comigo”.

Para chegar ao Brasil, o senador boliviano enfrentou 21 horas e meia de viagem de carro, saindo de La Paz, a capital boliviana, passando por Cochabamba, Santa Cruz de La Sierra, Puerto Soares até chegar à cidade brasileira de Corumbá (MT).

Como está enfrentando um problema renal, ele pediu para o carro parar por duas vezes, porque teve náuseas e mal-estar. Mas, agora, já em Brasília, o senador se disse feliz e confiante. A seguir, os principais trechos da entrevista de Pinto Molina à Agência Brasil.

Agência Brasil – O que senhor planeja fazer agora que está no Brasil?
Roger Pinto Molina –
Quero reencontrar minha mulher e minhas filhas [elas estão no Brasil desde o ano passado] e tomar decisões de forma conjunta. Não é fácil pensar em reconstruir a vida. Mas tenho fé em Deus e confiança, que tudo se acertará. Sou advogado por formação profissional.

ABr – O senhor se sente seguro agora?
Pinto Molina –
Só tenho a agradecer a presidenta Dilma [Rousseff] ao povo e toda a sociedade brasileira por terem compreendido o que se passava comigo. Todos entenderam que havia ausência de justiça e que eu, um senador de oposição, era um perseguido.

ABr – Mas o senhor deixou bens, propriedades e uma vida na Bolívia.
Pinto Molina –
Sim, é verdade. Mas a liberdade vale mais do que qualquer bem material. Por isso, estou aqui. Passei 455 dias sem ver a luz do sol e privado da liberdade. A vida sempre encontra alternativas e eu confio nisso.

ABr – O governo da Bolívia diz que o senhor é acusado de vários crimes, como desvio de recursos públicos. O que senhor responde a isso?
Pinto Molina –
Todas as acusações são políticas. Não sou um criminoso, nem perseguido pela Justiça do meu país, mas, sim, um perseguido pelo governo [atual] da Bolívia. Essa é a realidade.

ABr – O senhor pensa em um dia voltar à Bolívia?
Pinto Molina –
Oxalá isso ocorra mais cedo do que parece. Confio na possibilidade de retornar à Bolívia. Defendo a liberdade e a democracia, e acredito que um dia meu país poderá viver isso plenamente.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaBolíviaDados de BrasilDiplomacia

Mais de Brasil

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas

CNU divulga hoje notas de candidatos reintegrados ao concurso

Chuvas fortes no Nordeste, ventos no Sul e calor em SP: veja a previsão do tempo para a semana

Moraes deve encaminhar esta semana o relatório sobre tentativa de golpe à PGR