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Rocinha tem escolaridade média de 5,1 anos

A média da cidade é de 8,4 anos. No Complexo do Alemão fica em 5,4 anos e na Cidade de Deus, na zona oeste, em 6,4 anos

A escolaridade média da Rocinha é a mais baixa de todas as Regiões Administrativas do Rio (RICARDO LEONI)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2011 às 16h33.

Rio de Janeiro - A Favela da Rocinha , na zona sul do Rio de Janeiro, tem indicadores sociais que revelam que seus moradores contam com condições trabalhistas superiores às demais comunidades carentes da cidade. Por outro lado, a escolaridade média da Rocinha é a mais baixa de todas as Regiões Administrativas do Rio, com 5,1 anos de estudo. A média da cidade é de 8,4 anos. No Complexo do Alemão fica em 5,4 anos e na Cidade de Deus, na zona oeste, em 6,4 anos.

Segundo um novo cruzamento de dados desenvolvido pelo economista Marcelo Néri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Censo das Favelas de 2010, do governo do estado, e outros levantamentos da própria FGV, a principal carência de quem vive no local é de serviços públicos.

“Vários dados sobre acesso a serviços públicos mostram que a Rocinha é uma comunidade particularmente precária no que diz respeito à presença do Estado em todas as suas dimensões. Se por um lado vemos boas oportunidades de trabalho e de renda, por outro, as taxas de acesso a serviços como recolhimento de lixo, calçamento de ruas, escoamento de esgoto entre outros são muito baixas”, disse à Agência Brasil.

Ele destacou que o cruzamento de dados permite observar que 23,7% dos moradores consideram boa ou ótima as oportunidades de trabalho que encontram no mercado. A taxa é bem superior à de moradores do Complexo do Alemão, na zona norte, outra comunidade pacificada do Rio, que é de 5,2%; e à da comunidade de Manguinhos, também na zona norte, onde o índice foi de 4,7%.

Os dados também revelam, segundo Néri, que 27% dos moradores da Rocinha consideram que o recolhimento do lixo é bom ou muito bom na comunidade. No Alemão essa proporção chega a 58% e em Manguinhos, a 49%. A percepção da população sobre o serviço de escoamento de esgoto também é melhor no Complexo do Alemão, onde 53% o classificaram como bom ou muito bom. Na Rocinha essa avaliação foi mencionada por apenas 33% dos moradores.

O pesquisador acredita que os bons resultados relativos às oportunidades de emprego, quando comparados aos de outras favelas cariocas, podem ser explicados pela proximidade com bairros da zona sul. “Muitos moradores da Rocinha trabalham nos bairros onde há circulação de recursos. São as empregadas domésticas, os garçons e porteiros da zona sul”, enfatizou.

Néri destacou, no entanto, que a localização da favela também evidencia a enorme desigualdade social existente na região. “A Rocinha é o grande símbolo da desigualdade carioca. Lá, ela é visível a olho nu porque a favela se estabelece numa área onde há riqueza”, ressaltou.

Para ele, a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) pode gerar uma “revolução” na qualidade de vida local, porque abre caminho para que o Estado cumpra seu papel em áreas onde antes não era possível. “A estratégia das UPPs é de ventilar a área, eliminar locais onde a população e o Estado não podiam circular. Com essa possibilidade, a partir de agora, é preciso que o poder público entre com força para mudar essa realidade”.

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Rio de Janeiro - A Favela da Rocinha , na zona sul do Rio de Janeiro, tem indicadores sociais que revelam que seus moradores contam com condições trabalhistas superiores às demais comunidades carentes da cidade. Por outro lado, a escolaridade média da Rocinha é a mais baixa de todas as Regiões Administrativas do Rio, com 5,1 anos de estudo. A média da cidade é de 8,4 anos. No Complexo do Alemão fica em 5,4 anos e na Cidade de Deus, na zona oeste, em 6,4 anos.

Segundo um novo cruzamento de dados desenvolvido pelo economista Marcelo Néri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Censo das Favelas de 2010, do governo do estado, e outros levantamentos da própria FGV, a principal carência de quem vive no local é de serviços públicos.

“Vários dados sobre acesso a serviços públicos mostram que a Rocinha é uma comunidade particularmente precária no que diz respeito à presença do Estado em todas as suas dimensões. Se por um lado vemos boas oportunidades de trabalho e de renda, por outro, as taxas de acesso a serviços como recolhimento de lixo, calçamento de ruas, escoamento de esgoto entre outros são muito baixas”, disse à Agência Brasil.

Ele destacou que o cruzamento de dados permite observar que 23,7% dos moradores consideram boa ou ótima as oportunidades de trabalho que encontram no mercado. A taxa é bem superior à de moradores do Complexo do Alemão, na zona norte, outra comunidade pacificada do Rio, que é de 5,2%; e à da comunidade de Manguinhos, também na zona norte, onde o índice foi de 4,7%.

Os dados também revelam, segundo Néri, que 27% dos moradores da Rocinha consideram que o recolhimento do lixo é bom ou muito bom na comunidade. No Alemão essa proporção chega a 58% e em Manguinhos, a 49%. A percepção da população sobre o serviço de escoamento de esgoto também é melhor no Complexo do Alemão, onde 53% o classificaram como bom ou muito bom. Na Rocinha essa avaliação foi mencionada por apenas 33% dos moradores.

O pesquisador acredita que os bons resultados relativos às oportunidades de emprego, quando comparados aos de outras favelas cariocas, podem ser explicados pela proximidade com bairros da zona sul. “Muitos moradores da Rocinha trabalham nos bairros onde há circulação de recursos. São as empregadas domésticas, os garçons e porteiros da zona sul”, enfatizou.

Néri destacou, no entanto, que a localização da favela também evidencia a enorme desigualdade social existente na região. “A Rocinha é o grande símbolo da desigualdade carioca. Lá, ela é visível a olho nu porque a favela se estabelece numa área onde há riqueza”, ressaltou.

Para ele, a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) pode gerar uma “revolução” na qualidade de vida local, porque abre caminho para que o Estado cumpra seu papel em áreas onde antes não era possível. “A estratégia das UPPs é de ventilar a área, eliminar locais onde a população e o Estado não podiam circular. Com essa possibilidade, a partir de agora, é preciso que o poder público entre com força para mudar essa realidade”.

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