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RN registra 28 ataques por retaliação a transferência de presos

Segundo a secretaria da Segurança Pública do RN, foram incendiados 21 ônibus, seis carros e um caminhão desde a tarde de quarta-feira e a manhã desta quinta

Ataques: bombeiros controlam incêndio em ônibus no Rio Grande do Norte na noite da quarta-feira, 18/01/2017 (Leo Carioca)

Ataques: bombeiros controlam incêndio em ônibus no Rio Grande do Norte na noite da quarta-feira, 18/01/2017 (Leo Carioca)

AB

Agência Brasil

Publicado em 19 de janeiro de 2017 às 09h13.

Última atualização em 19 de janeiro de 2017 às 13h03.

São Paulo -- A Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social do Rio Grande do Norte registrou 28 ocorrências de ataques a ônibus, terminais urbanos, viaturas do governo, delegacias e outros prédios públicos na capital e em outras cinco cidades potiguares desde a tarde de ontem (18). Foram incendiados 21 ônibus; seis carros e um caminhão. Sete pessoas foram detidas e conduzidas a delegacias.

Segundo o secretário de Segurança Pública, Caio Bezerra, a possível relação dos ataques com a transferência de presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, ontem, ainda está sendo investigada. "As nossas forças de segurança estão mobilizadas para garantir a normalidade nas ruas e as investigações sobre possíveis retaliações já estão sendo feitas." Há cinco dias, as autoridades de segurança pública estaduais tentam retomar o controle do presídio, localizado na região metropolitana de Natal.

A onda de ataques levou rodoviários e empresas de transporte urbano a recolherem os ônibus desde as 18h de ontem. Veículos voltaram a circular no início da manhã de hoje (19), mas com atrasos. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores e Transportadores Rodoviários (Sintro-RN), alguns ônibus saíram das garagens escoltados por viaturas policiais.

Desde o último final de semana, a Penitenciária Estadual de Alcaçuz é palco de confrontos e ameaças entre presos membros de facções criminosas rivais. De sábado para domingo, pelo menos 26 presos foram assassinados por outros detentos durante uma rebelião de mais de 14 horas de duração. Desde então, presos circulam livremente pelo pátio da unidade, portando facas, barras de ferro e paus. As autoridades estaduais de segurança pública desconfiam que o número de mortos no confronto entre presos pode ser maior e que corpos podem ter sido jogados em fossas de esgoto na área interna do presídio.

O governo do Rio Grande do Norte pediu ao governo federal o envio de equipes das Forças Armadas para auxiliar as forças locais a inspecionarem o interior dos presídios estaduais em busca de armas, aparelhos celulares, drogas e outros produtos e substâncias proibidas. Tropas da Força Nacional de Segurança Pública também já atuam no estado desde setembro do ano passado, auxiliando a Polícia Militar no policiamento ostensivo.

*Atualizado às 11h49 com novo balanço da secretaria, que aponta aumento de 27 para 28 ataques ocorridos desde a tarde de quarta-feira.

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