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Rivais ideológicos, PL e PSOL têm em comum a maior rejeição à regra

Aliados do presidente Lula no Congresso trabalham para usar a votação da nova regra de controle das contas públicas como uma amostra de que o governo é capaz de aprovar a reforma tributária ainda neste ano

Plenário do Senado Federal: Lula contará com um Senado menos alinhado a ele do que nos governos anteriores. Construção da base de apoio no Parlamento é essencial (Ana Volpe/Agência Senado)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 23 de maio de 2023 às 10h35.

Última atualização em 23 de maio de 2023 às 10h50.

O Placar do Arcabouço Fiscal , levantamento do "Estadão", mostra que dois partidos, apesar de seu antagonismo ideológico, têm em comum a maior rejeição ao projeto. A maior parte dos deputados contrários é das bancadas do PL (de oposição) e do PSOL (da base do governo). Já entre os favoráveis está em peso a bancada do PT além de deputados do MDB, do PSD, do PCdoB, do PP, do PV, do Podemos, do Solidariedade e do União Brasil.

Como mostrou o "Estadão", aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso trabalham para usar a votação da nova regra de controle das contas públicas como uma amostra de que o governo é capaz de aprovar a reforma tributária ainda neste ano e, assim, reverter a imagem de base fraca deixada pela derrota com os decretos do saneamento.

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Mexidas no texto

O relatório de Cláudio Cajado (PP-BA) endureceu o texto elaborado pelo Ministério da Fazenda ao incluir sanções caso o governo descumpra a meta fiscal estipulada, tornando obrigatório que o gestor acione os mecanismos de contenção de despesas para corrigir a rota, como a proibição de reajuste acima da inflação e a abertura de concursos públicos.

O relator também tirou da lista de exceções ao limite de controle de gastos medidas como o piso da enfermagem e a capitalização de estatais não financeiras. Por outro lado, foram incluídos dispositivos que permitem ao governo gastar mais na largada da nova regra, em 2024 e 2025, como mostrou o "Estadão".

Cajado afirmou que qualquer mudança no texto só será acatada mediante “amplo acordo” das lideranças partidárias. “Chegar a esse texto não foi fácil. Então vou dividir isso com o colégio de líderes, com o governo e com o próprio Arthur Lira (PP-AL)”, afirmou em entrevista ao "Estadão". Por enquanto, PSOL, Novo, PL e União Brasil já protocolaram pedidos de alteração no relatório de Cajado, apresentado na segunda-feira da semana passada, 15, e com a expectativa de ser votado em plenário entre hoje e amanhã.

"Mais aperto"

Sem citar valores, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que o relatório contém alterações que tornam a regra mais apertada no médio e no longo prazo. Uma das razões é a inclusão no limite do novo teto de gastos das despesas para o Fundeb, fundo para a educação básica. “A valor presente, o espaço é negativo”, disse Ceron, que não quis mostrar, porém, de quanto seria a diminuição do espaço fiscal. Ele citou um prazo entre 2026 e 2027.

A fala do secretário foi feita quando ele criticava projeções de economistas do mercado de que mexidas do relator abriram um espaço maior de R$ 80 bilhões para despesas nos primeiros anos de funcionamento da nova regra fiscal para as contas públicas.

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