Brasil

Rio ainda tem estrutura frágil para dar volta por cima

Participantes do EXAME Fórum enfatizam necessidade de planejamento de longo prazo, e não apenas focado no pré-sal e nos eventos esportivos

Da esquerda: Cláudio Porto, André Urani, o economista George Vidor, Élvio Gaspar, Júlio Bueno e Alexandre Caldini, diretor-superintendente das revistas EXAME, Você S/A e Info (.)

Da esquerda: Cláudio Porto, André Urani, o economista George Vidor, Élvio Gaspar, Júlio Bueno e Alexandre Caldini, diretor-superintendente das revistas EXAME, Você S/A e Info (.)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2010 às 18h19.

Rio de Janeiro - A cidade escolhida para sediar os jogos olímpicos de 2016 e que está no foco da economia por causa do pré-sal vive um "momento mágico". Mas segundo André Urani, diretor do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade, a estrutura da cidade ainda é "frágil demais" para que a cidade saia deste momento e dê a "volta por cima" de que realmente necessita.

Copa do Mundo, Olimpíadas e pré-sal são vantagens circunstanciais da capital fluminense. A receita para que ela desenvolva estruturas que sobrevivam às ocasiões é, segundo Urani, a criação de mecanismos institucionais e pactos entre todas as esferas da sociedade.

Urani participou de debate no EXAME Fórum, realizado nesta terça-feira (5/10), que discutiu o futuro do Rio pós-Olimpíadas. Também fizeram parte das discussões o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio de Janeiro Julio Bueno; o diretor das áreas de inclusão social e crédito do BNDES, Élvio Gaspar; e Cláudio Porto, sócio-fundador da Macroplan.

O discurso entre eles teve o mesmo tom. Em primeiro lugar, o Rio de Janeiro precisa se diversificar. É um risco para a cidade concentrar todos os seus esforços na cadeia produtiva do petróleo e nos investimentos para os eventos esportivos.

"Podemos intervir na cidade sob a lógica do século XX, ou reinventarmos o Rio de Janeiro sob uma nova lógica, construindo uma nova cidade, com sinais de modernidade", disse Élvio Gaspar, do BNDES. A cara desta tal modernidade, na opinião de Urani, é a diversificação. "Temos que trabalhar com várias vocações que vão além da energia", afirmou.

Os debatedores ressaltaram que há nos eventos futuros e no pré-sal a oportunidade única de consolidar uma nova maneira de se pensar a política e a organização do espaço público. Para eles, o crucial é que este planejamento seja feito considerando o longo prazo, e não apenas o horizonte das Olimpíadas.

Outro ponto comum nas idéias de cada um é que o futuro do Rio de Janeiro passa, necessariamente, por um esforço conjunto. "Há duas forças motrizes capazes de moldar futuro: o pré-sal, e os eventos esportivos. O desafio é ter uma governança compartilhada que envolva o setor público, com integração entre as três esferas de poder, e os atores privados. Evoluímos pouco nisso", concluiu Élvio Gaspar, do BNDES.

Leia mais sobre os debates no EXAME Fórum:

Rio de Janeiro vai investir 20 bi para urbanizar favelas

Sucesso do Brasil depende da desburocratização, diz Orlando Silva

Brasil deve tomar cuidado com a maldição do petróleo

Siga as últimas notícias de Economia no Twitter

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasCopa do MundoEsportesFutebolMetrópoles globaisOlimpíadasPré-salRio de Janeiro

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP