Brasil

Ricardo Salles teria coagido funcionários de secretaria, diz Intercept

Salles, na época funcionário do governo de São Paulo, exigiu que um mapa fosse adulterado para liberar uma área protegida para a atividade de mineração

Ricardo Salles: ministro do Meio Ambiente é acusado de ter coagido funcionários para adulterar mapa em São Paulo (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Ricardo Salles: ministro do Meio Ambiente é acusado de ter coagido funcionários para adulterar mapa em São Paulo (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Naiara Albuquerque

Naiara Albuquerque

Publicado em 26 de agosto de 2019 às 19h42.

O site de notícias Intercept Brasil publicou, nesta segunda-feira (26), uma reportagem que afirma que o atual ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, coagiu funcionários da Fundação Florestal. A acusação não é a primeira feita contra Salles, que já foi condenado por improbidade administrativa pelo Ministério Público por fraudar o processo do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê, em São Paulo. 

A Justiça paulista reconheceu, em uma ação trabalhista, que Salles, enquanto estava no comando da Fundação Florestal, teria coagido funcionários a adulterar um mapa para beneficiar e facilitar o trabalho de mineradoras. 

A ação teria acontecido a partir de um pedido da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) que buscava liberar uma área protegida na Grande São Paulo para a atividade de mineração. O atual ministro teria pedido, por e-mail, aos funcionários, que as mudanças no mapa fossem feitas sem a “análise do conselho responsável por gerir a área”. 

Após as acusações, Salles se defendeu dizendo que apenas estava tentando “desburocratizar” e “dar celeridade ao processo”. De acordo com a sentença da juíza Fátima Ferreira, que o Intercept teve acesso, “tanto a prova oral como a prova documental que instruíram a petição inicial são robustas no sentido de demonstrar que o reclamante estava sendo coagido, por suas superioras hierárquicas, a realizar uma alteração ilícita nos mapas cartográficos referentes ao plano de manejo da Várzea do Tietê”.

Na sentença, há também o depoimento de uma testemunha que afirmou ter sofrido pressão para que adulterasse o mapa “de forma urgente, sem nenhuma formalidade, a pedido do Secretário do Meio Ambiente.” A juíza reconheceu o “abalo emocional” sofrido pela vítima e condenou a Fundação Florestal a pagar uma indenização ao funcionário no valor de dez salários.

Acompanhe tudo sobre:Governo BolsonaroMinistério PúblicoRicardo Salles

Mais de Brasil

Dino convoca para fevereiro audiência com nova cúpula do Congresso para discutir emendas

Em decisão sobre emendas, Dino cita malas de dinheiro apreendidas em aviões e jogadas por janelas

Flávio Dino decide suspender pagamentos de emendas e manda PF investigar liberação de verbas

Rodízio de veículos em SP está suspenso a partir desta segunda, 23