Sede do Banco Central, em Brasília: resultado em 2010 foi quase o triplo de 2009
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2011 às 15h42.
Brasília – O Banco Central (BC) registrou um lucro de R$ 15,7 bilhões em 2010, informou hoje (24) o diretor de Administração do BC, Antero Meirelles. No segundo semestre, o resultado foi de R$ 4,9 bilhões e, no primeiro semestre, atingiu R$ 10,8 bilhões. Somente os valores do primeiro semestre foram repassados ao Tesouro Nacional e os do segundo serão transferidos daqui a dez dias.
Segundo Meirelles, o montante alcançado no ano é resultado, principalmente, da diferença com juros sobre operações com o real, como operações com títulos públicos e a remuneração da conta única do Tesouro Nacional e também dos depósitos compulsórios dos bancos.
“Os recurso do resultado do Banco Central só poderá ser utilizado pelo Tesouro para abater dívida. Não poderá virar recurso orçamentário”, informou o diretor.
O resultado não leva em consideração a volatilidade do câmbio. Por um mecanismo contábil, para evitar ser contabilizada a diferença diária entre o real e o dólar, o BC repassa essa volatilidade para o Tesouro Nacional. Sem o artifício, o mecanismo seria negativo em R$ 32,8 bilhões.
“Em 2008, foi instituída um operação de equalização. O Banco Central repassa ao Tesouro Nacional essa volatilidade para o Tesouro excluir do seu resultado essa volatilidade. Ele passa para o Tesouro, mas é apenas um registro contábil”, disse Meirelles.
O resultado de 2010 é quase três vezes maior do que o de 2009, quando o BC registrou resultado de R$ 5,6 bilhões. Em 2008, o resultado ficou em R$ 13,3 bilhões.
A taxa média pelo custo de captação das reservas internacionais ficou em 7,74% e a rentabilidade, em 1,88%, resultando em uma taxa de 5,86% para manter as reservas internacionais, sem a variação cambial. O volume médio de reservas convertidas em reais ficou em R$ 455 bilhões
“Os benefícios de se ter reservas e ter essa espécie de seguro [contra a crise] supera, por qualquer conta que se fizer, em muito os custos, de carregar reservas”, justificou o diretor.