Reserva do Cantareira pode acabar em outubro, diz Sabesp
Faltarão 51 bilhões de litros para garantir o abastecimento da Grande São Paulo até 30 de novembro se a previsão for confirmada
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2014 às 09h32.
São Paulo - Após incorporar cenários mais pessimistas no plano de emergência para o Sistema Cantareira, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo ( Sabesp ) prevê que a reserva atual do manancial, já incluindo os 182,5 bilhões de litros do "volume morto" que começaram a ser retirados há 19 dias, pode acabar em 27 de outubro.
A estimativa foi divulgada nesta segunda-feira, 02, pelo comitê anticrise que monitora o Cantareira. O cálculo considera uma retirada média de água pela Sabesp de 21,2 mil litros por segundo nos próximos meses e uma vazão afluente (água que chega aos reservatórios) equivalente a 50% da mínima histórica no período.
Neste cenário, a capacidade atual do sistema não dura até o fim de novembro, prazo definido como horizonte do plano emergencial.
Pelas contas da Sabesp, se isso acontecer, faltarão 51 bilhões de litros para garantir o abastecimento da Grande São Paulo até 30 de novembro sem a necessidade de adotar racionamento de água generalizado.
Há informações de que a companhia já pediu aos órgãos gestores, a Agência Nacional de Águas e o Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), autorização para retirar mais 100 bilhões de litros do "volume morto", que nunca havia sido usado pela Sabesp antes da crise atual - oficialmente, a empresa não confirma a informação.
O presidente da ANA, Vicente Andreu, já se manifestou contrário ao pleito da Sabesp, que comprometeria 70% dos 400 bilhões de litros da reserva profunda.
"Nós entendemos que é preciso trabalhar com uma segurança hídrica em função do volume de água afluente. Se chove mais, libera mais. Se chove menos, libera menos", disse.
A precaução deve-se ao fato de que a situação do Cantareira está pior do que o previsto no cenário mais pessimista da Sabesp. Em maio, por exemplo, a vazão afluente ao manancial foi equivalente a apenas 39% da mínima história deste mês, registrada em 2000.
Ou seja, abaixo dos 50% que a Sabesp considerou como o mais desfavorável. Apenas no cenário mais otimista, com afluências mensais iguais às piores da história, é que sobrariam 45 bilhões de litros da atual reserva para dezembro.
Por ora, ANA e DAEE diminuíram a vazão liberada para a Sabesp em 4% até o dia 15. São 21,5 mil litros por segundo, volume que a companhia já vinha operando antes.
Sabesp
Em nota, a Sabesp informou que "mantém as projeções iniciais" e diz que o comitê anticrise "obrigou a companhia a apresentar projeções muito mais pessimistas". "Mas esta não é a posição da Sabesp", afirma.
"É importante anotar que não há qualquer decisão dos reguladores, ANA e DAEE. Trata-se de mera recomendação do GTAG (comitê anticrise)." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - Após incorporar cenários mais pessimistas no plano de emergência para o Sistema Cantareira, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo ( Sabesp ) prevê que a reserva atual do manancial, já incluindo os 182,5 bilhões de litros do "volume morto" que começaram a ser retirados há 19 dias, pode acabar em 27 de outubro.
A estimativa foi divulgada nesta segunda-feira, 02, pelo comitê anticrise que monitora o Cantareira. O cálculo considera uma retirada média de água pela Sabesp de 21,2 mil litros por segundo nos próximos meses e uma vazão afluente (água que chega aos reservatórios) equivalente a 50% da mínima histórica no período.
Neste cenário, a capacidade atual do sistema não dura até o fim de novembro, prazo definido como horizonte do plano emergencial.
Pelas contas da Sabesp, se isso acontecer, faltarão 51 bilhões de litros para garantir o abastecimento da Grande São Paulo até 30 de novembro sem a necessidade de adotar racionamento de água generalizado.
Há informações de que a companhia já pediu aos órgãos gestores, a Agência Nacional de Águas e o Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), autorização para retirar mais 100 bilhões de litros do "volume morto", que nunca havia sido usado pela Sabesp antes da crise atual - oficialmente, a empresa não confirma a informação.
O presidente da ANA, Vicente Andreu, já se manifestou contrário ao pleito da Sabesp, que comprometeria 70% dos 400 bilhões de litros da reserva profunda.
"Nós entendemos que é preciso trabalhar com uma segurança hídrica em função do volume de água afluente. Se chove mais, libera mais. Se chove menos, libera menos", disse.
A precaução deve-se ao fato de que a situação do Cantareira está pior do que o previsto no cenário mais pessimista da Sabesp. Em maio, por exemplo, a vazão afluente ao manancial foi equivalente a apenas 39% da mínima história deste mês, registrada em 2000.
Ou seja, abaixo dos 50% que a Sabesp considerou como o mais desfavorável. Apenas no cenário mais otimista, com afluências mensais iguais às piores da história, é que sobrariam 45 bilhões de litros da atual reserva para dezembro.
Por ora, ANA e DAEE diminuíram a vazão liberada para a Sabesp em 4% até o dia 15. São 21,5 mil litros por segundo, volume que a companhia já vinha operando antes.
Sabesp
Em nota, a Sabesp informou que "mantém as projeções iniciais" e diz que o comitê anticrise "obrigou a companhia a apresentar projeções muito mais pessimistas". "Mas esta não é a posição da Sabesp", afirma.
"É importante anotar que não há qualquer decisão dos reguladores, ANA e DAEE. Trata-se de mera recomendação do GTAG (comitê anticrise)." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.