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Renan retira indicações de comissão do Orçamento

Nos últimos dias, Renan junto com Aécio Neves (MG), teriam articulado nos bastidores para emplacar um tucano para assumir a relatoria da CMO

Renan: o alagoano chegou a indicar a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) para presidir o colegiado (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de abril de 2017 às 21h29.

Brasília - Contrariado com a possibilidade de o relator do projeto de Orçamento da União de 2017 ser do antigo Centrão da Câmara, ligado ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), decidiu retirar nesta quinta-feira, 6, as indicações do partido para a Comissão Mista do Orçamento (CMO).

O alagoano chegou a indicar a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) para presidir o colegiado.

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Por ser uma comissão mista, que conta com a participação de senadores e deputados, a CMO deverá ter como presidente um indicado do PMDB do Senado e, para a relatoria, um da maior bancada da Câmara.

Atualmente, o grupo que conta com o maior número de deputados é a bancada integrada por PP, PTN, PHS, PTdoB.

Em razão disso, a indicação para a relatoria deveria ficar com o líder da bancada Arthur Lira (PP-AL), que integrou o grupo de Cunha, antes de o peemedebista ser preso na Operação Lava Jato.

Além da relação com Cunha, Arthur é filho do senador Benedito de Lira (PP-AL), arquirrival de Renan no Estado de Alagoas.

Nos últimos dias, Renan junto com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), teriam articulado nos bastidores para emplacar um tucano para assumir a relatoria da CMO.

Em conversa com integrantes da bancada do PMDB na noite de quarta-feira, 5, Renan teria dito que o PSDB tem "quadros mais republicanos" para serem indicados para a função.

Segundo peemedebistas ouvidos pela reportagem, a iniciativa de retirar as indicações da bancada faz com que Renan e Aécio ganhem mais tempo para articular uma alternativa tucana e convoca o Palácio do Planalto a entrar na briga para se chegar a uma solução, uma vez que a paralisia na comissão não é de interesse do governo.

Além do fato de Renan ser contrário a uma indicação dos rivais alagoanos também teria pesado a posição contraditória da senadora Rose de Freitas sobre sua "parceria" com o alagoano.

Segundo relatos, Renan desconfia que a senadora seja uma das que estão "plantando" a informação de que ele não tem maioria dentro da bancada.

Até o início da tarde, Rose não tinha conhecimento da decisão de Renan, em conversa com a reportagem chegou até a comentar sobre os próximos passos que daria na CMO.

"Eu ainda preciso tomar pé de como estão as coisas por lá. Devo fazer isso na próxima semana", afirmou.

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