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Renan Calheiros se une a José Serra para mudar pré-sal

A proposta preocupa o Palácio do Planalto e foi classificada pelo PT como tentativa de enfraquecer a Petrobras.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) (Jefferson Rudy/Agência Senado/Fotos Públicas)
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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2015 às 10h07.

Brasília - Em mais uma dobradinha com o senador José Serra (PSDB-SP), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pretende colocar em votação na próxima semana um projeto que altera o modelo de exploração de partilha do pré-sal . A proposta do tucano exclui, por exemplo, a obrigatoriedade de participação mínima de 30% da empresa na exploração e produção de cada licitação.

O projeto estava tramitando na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas Renan deve ler um requerimento de urgência na terça-feira para que ele seja apreciado diretamente pelo plenário da Casa. A proposta preocupa o Palácio do Planalto e foi classificada pelo PT como tentativa de enfraquecer a Petrobras. Aprovado em 2010, último ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o modelo de partilha substituiu o das concessões. Na prática, isso significa que a produção de cada campo tem que ser dividida pelo consórcio vencedor e pela União.

Serra discorda da avaliação dos petistas e afirma que o projeto vai trazer benefícios à empresa. "A Petrobras ter a obrigatoriedade de estar presente em cada novo poço do pré-sal com 30% é uma exigência absurda no contexto atual de crise. Já era descabido antes da crise. Agora, tirar a obrigatoriedade não significa a Petrobras não participar, vai participar quando tiver recurso, quando parecer um bom negócio, quando for possível", diz Serra.

No projeto, o tucano argumenta que essa mudança se faz necessária porque a exploração do pré-sal é uma premissa para garantir o abastecimento interno do País, especialmente a partir de 2020. O texto diz ainda que o modelo deve mudar em razão das denúncias de corrupção na Petrobras. "Os escândalos associados à investigação em curso geram o risco de que a estatal enfrente mais dificuldades para obter financiamento do mercado externo, o que pode inviabilizar o cumprimento do cronograma de seus projetos", diz o texto.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que o governo vai trabalhar para impedir que o projeto seja votado na próxima semana. "Nós vamos resistir a isso. Ele (Serra) quer aproveitar de um momento de dificuldade da Petrobrás para acabar com o modelo de partilha e voltar com o modelo de concessões."

O senador petista Delcídio Amaral (MS), porém, defendeu a ideia de Serra. Em discurso no plenário na quarta-feira, ele disse que não falava como líder do governo, mas que havia divergências sobre esse assunto até dentro da Petrobrás. "Esses 30% apareceram faltando uma semana, ou dez dias, para encaminhamento do projeto da partilha. Nem na Petrobrás há consenso com relação ao operador exclusivo, e acho - mas esta é uma opinião pessoal como senador, e não como líder do governo - fundamental a gente debater essa questão." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Brasília - Em mais uma dobradinha com o senador José Serra (PSDB-SP), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pretende colocar em votação na próxima semana um projeto que altera o modelo de exploração de partilha do pré-sal . A proposta do tucano exclui, por exemplo, a obrigatoriedade de participação mínima de 30% da empresa na exploração e produção de cada licitação.

O projeto estava tramitando na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas Renan deve ler um requerimento de urgência na terça-feira para que ele seja apreciado diretamente pelo plenário da Casa. A proposta preocupa o Palácio do Planalto e foi classificada pelo PT como tentativa de enfraquecer a Petrobras. Aprovado em 2010, último ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o modelo de partilha substituiu o das concessões. Na prática, isso significa que a produção de cada campo tem que ser dividida pelo consórcio vencedor e pela União.

Serra discorda da avaliação dos petistas e afirma que o projeto vai trazer benefícios à empresa. "A Petrobras ter a obrigatoriedade de estar presente em cada novo poço do pré-sal com 30% é uma exigência absurda no contexto atual de crise. Já era descabido antes da crise. Agora, tirar a obrigatoriedade não significa a Petrobras não participar, vai participar quando tiver recurso, quando parecer um bom negócio, quando for possível", diz Serra.

No projeto, o tucano argumenta que essa mudança se faz necessária porque a exploração do pré-sal é uma premissa para garantir o abastecimento interno do País, especialmente a partir de 2020. O texto diz ainda que o modelo deve mudar em razão das denúncias de corrupção na Petrobras. "Os escândalos associados à investigação em curso geram o risco de que a estatal enfrente mais dificuldades para obter financiamento do mercado externo, o que pode inviabilizar o cumprimento do cronograma de seus projetos", diz o texto.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que o governo vai trabalhar para impedir que o projeto seja votado na próxima semana. "Nós vamos resistir a isso. Ele (Serra) quer aproveitar de um momento de dificuldade da Petrobrás para acabar com o modelo de partilha e voltar com o modelo de concessões."

O senador petista Delcídio Amaral (MS), porém, defendeu a ideia de Serra. Em discurso no plenário na quarta-feira, ele disse que não falava como líder do governo, mas que havia divergências sobre esse assunto até dentro da Petrobrás. "Esses 30% apareceram faltando uma semana, ou dez dias, para encaminhamento do projeto da partilha. Nem na Petrobrás há consenso com relação ao operador exclusivo, e acho - mas esta é uma opinião pessoal como senador, e não como líder do governo - fundamental a gente debater essa questão." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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