Brasil

Relator segue com articulações sobre arcabouço fiscal

Texto deve ser apresentadona terça-feira da próxima semana, mas Cajado não descarta apresentá-lo nesta semana

Izael Pereira
Izael Pereira

Reporter colaborador, em Brasília

Publicado em 10 de maio de 2023 às 21h08.

Última atualização em 10 de maio de 2023 às 21h08.

O deputado Cláudio Cajado (PL-BA), relator do novo arcabouço fiscal apresentado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segue com as articulações para fechar seu parecer à proposta.

Segundo apurou a Exame, Cajado deve se encontrar com mais dois partidos ainda esta noite, antes de tomar uma decisão sobre quando o parecer será divulgado. Até as 21h, ele estava em reunião com a liderança do PCdoB na Câmara.

Retorno de Lira

O deputado vinha falando que o texto poderia ser apresentado nesta quinta-feira, 11, após o retorno do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de Nova York. Contudo, o voo está em aberto sem definição de que horas chegará no Brasil.

Nos corredores da Câmara, líderes partidários afirmam que o relatório deve ser apresentado somente na terça-feira, 16, - data sinalizada por Cajado para votar o requerimento de urgência para tramitação do texto. Questionado, o relator disse apenas “que vou decidir hoje” se apresenta o parecer amanhã ou na semana que vem.

Mais cedo, Cajado disse a jornalistas que as negociações em torno do projeto neste momento giram em torno de pontos "mais sensíveis", entre eles os gatilhos e consequências do descumprimento da meta fiscal e os prazos em que o governo deve apresentar os dados de receitas e despesas.

Outro ponto que também está em negociações se refere a punições pelo descumprimento das metas fiscais. Cajado, no entanto, rechaça a hipótese de uma delas ser a imposição de crime de responsabilidade contra o presidente da República.

Cajado tem mantido reuniões com as bancadas e com os técnicos da Câmara e dos ministérios da Fazenda e Planejamento para confirmar as mudanças no texto original.

Apesar das mudanças previstas, como o contingenciamento de gastos, líderes do PT, partido do presidente, e que se posicionam contrariamente aos cortes de despesas, afirmam que só votarão contra a proposta caso haja “um enrijecimento muito forte” das regras, que possa tirar recursos de investimentos na saúde ou da educação, por exemplo.

Regime Fiscal Sustentável

O arcabouço fiscal - que por determinação do relator passará a ser chamado de Regime Fiscal Sustentável - irá substituir o teto de gastos, que impede a expansão das despesas acima da inflação. A nova regra permitirá o crescimento dos gastos acima do índice de preços, mas também com limites. A base de atualização dos gastos será o Orçamento de 2023.

De acordo com a proposta em discussão, o aumento real das despesas será equivalente a 70% do incremento das receitas acima da inflação. Essa variação será entre 0,6% e 2,5% ao ano.

Além disso, há no texto apresentado pelo governo do presidente Lula a previsão para deixar de fora da regra gastos como os do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e do piso da enfermagem, entre outros.

Acompanhe tudo sobre:Novo arcabouço fiscalFernando HaddadGoverno LulaOrçamento federal

Mais de Brasil

Indícios contra militares presos são "fortíssimos", diz Lewandowski

Câmara aprova projeto de lei que altera as regras das emendas parlamentares

PF envia ao STF pedido para anular delação de Mauro Cid por contradições

Barroso diz que golpe de Estado esteve 'mais próximo do que imaginávamos'