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Relator diz que recusa papel de "coveiro de prova viva"

O recado de Benjamin ocorre após a corte ter decidido excluir do processo quaisquer provas referentes à Odebrecht e aos depoimentos dos marqueteiros

Herman Benjamin: retirada de depoimentos tende a enfraquecer a acusação e até absolver o presidente Michel Temer (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Agência Brasil)
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Reuters

Publicado em 9 de junho de 2017 às 14h16.

Brasília - O ministro Herman Benjamin, relator do processo da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ), mandou um recado após a conclusão do seu extenso voto em que pede a cassação da dupla por abuso político e econômico no início da tarde desta sexta-feira, ao destacar que se recusa o papel de ser "coveiro de prova viva".

"Tal qual os seis ministros que estão aqui na bancada, eu recuso o papel de coveiro de prova viva. Posso até participar do velório, mas não carrego o caixão", disse o ministro.

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O recado de Benjamin ocorre após a corte ter decidido na véspera excluir do processo quaisquer provas referentes à Odebrecht e aos depoimentos dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura, o que tende a enfraquecer a acusação e até absolver o presidente Michel Temer da perda de mandato.

No seu voto de mérito, o ministro usou sete fatos para justificar seu voto a favor de cassar a coligação, três dos quais ligados ao esquema de financiamento ilícito da campanha de 2014 referentes à empreiteira e aos depoimentos do casal de marqueteiros.

O ministro disse ainda que a chapa cometeu abuso de poder político e econômico e poderá ser cassada pelo "conjunto da obra".

"Assim sendo, ainda que cada ilicitude tenha per si gravidade ilícita para configurar abuso de poder político e econômico, a verdade é que a sua consideração em conjunto torna incontestável a ocorrência de tais vícios", votou ele, na conclusão do voto.

(Reportagem de Ricardo Brito)

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