Brasil

Relação entre Dilma e Patriota sempre foi conturbada

Ministro foi indicado pelo atual ministro da Defesa, Celso Amorim, mas nunca ganhou muito a simpatia da presidente


	Antonio Patriota e a Dilma Rousseff: presidente gostou do perfil discreto e contido do embaixador, mas não foi o suficiente para evitar uma série de crises
 (Jonathan Ernst/Bloomberg)

Antonio Patriota e a Dilma Rousseff: presidente gostou do perfil discreto e contido do embaixador, mas não foi o suficiente para evitar uma série de crises (Jonathan Ernst/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2013 às 23h48.

Brasília - A relação entre o ex-chanceler Antonio Patriota e a presidente Dilma Rousseff nunca foi tranquila. Secretário-geral sob Celso Amorim, Patriota foi indicado à presidente pelo atual ministro da Defesa. Dilma, que nunca teve muito apreço pela diplomacia, gostou do perfil discreto e contido do embaixador mas, em pouco mais de dois anos e meio, não foram poucas as vezes em que entrou em crise com seu chanceler.

A maior delas possivelmente foi a entrada da Venezuela no Mercosul, feita à revelia do Itamaraty. Apesar de concordar com a suspensão do Paraguai, Patriota foi contrário a que se usasse a suspensão para incorporar os venezuelanos. Dilma, no entanto, conseguiu um parecer da Advocacia Geral da União e mandou tocar adiante a operação. O ministro passou meses defendendo uma ação que desaprovava nos bastidores da diplomacia.

Durante a Rio+20, a presidente e o chanceler tiveram outro atrito. Apesar de ser a anfitriã, Dilma, que estava na reunião do G20, no México, não queria fazer o discurso de abertura do encontro no Rio. Auxiliares próximos puderam ouvir a discussão dos dois, por telefone. A presidente terminou por discursar.

Outra crise aconteceu pouco depois do início da guerra civil na Síria. A delegação brasileira havia sido a principal negociadora de uma nota mais dura - "com dentes", como disseram alguns diplomatas - mas, antes de aprovar a votação, a presidente quis saber como votariam os demais membros do Conselho de Segurança. Ao saber que não havia unanimidade, mandou a missão brasileira se abster, o que causou enorme irritação entre os diplomatas.

Há cerca de um ano, Patriota era dado como "demitido" por auxiliares da presidente. Pouco afeita às firulas da diplomacia, a presidente se irritava com questões levadas pelo chanceler e via pouca utilidade em algumas das viagens que Patriota insistia que ela fizesse. Ainda assim, tinha dificuldades de encontrar um substituto.

Acompanhe tudo sobre:Antonio PatriotaDilma RousseffItamaratyMinistério das Relações ExterioresPersonalidadesPolíticaPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Após jovem baleada, Lewandowski quer acelerar regulamentação sobre uso da força por policiais

Governadores avaliam ir ao STF contra decreto de uso de força policial

Queda de ponte: dois corpos são encontrados no Rio Tocantins após início de buscas subaquáticas

Chuvas intensas atingem Sudeste e Centro-Norte do país nesta quinta; veja previsão do tempo