Reformas importam mais do que quem é presidente, diz Economist
Avaliação da revista britânica é de que a saída do presidente Michel Temer não garantiria uma melhora no quadro político do Brasil
Luísa Granato
Publicado em 25 de maio de 2017 às 21h18.
Última atualização em 25 de maio de 2017 às 21h49.
São Paulo - Na retaguarda de uma semana de crise política e protestos, a revista britânica The Economist avalia que o escândalo causado pela delação premiada da JBS prejudicará o futuro das reformas da Previdência e trabalhista no Congresso - com ou sem o presidente Michel Temer .
Para a revista, as acusações de corrupção contra Temer não são uma surpresa e ainda é cedo para pedir sua renúncia. No entanto, o dano ao seu governo está feito e as reformas vão atrasar. "Se permanecer, Temer vai ter dificuldade muito maior para aprová-las no Congresso", diz a publicação.
Ainda assim, a avaliação é de que sua saída não garantiria uma melhora no quadro político: "Feita uma nova eleição, que só poderá ocorrer via emenda constitucional, seu sucessor será escolhido pelo Congresso. Muitos de seus membros proeminentes estão sob investigação. Não será fácil ocupar a presidência com um político forte que seja imaculado e tenha apoio público".
A revista defende que o Brasil, ainda se recuperando da recessão, precisa "desesperadamente" das reformas promovidas por Temer. E que ele, "apesar de suas falhas", está sendo bem sucedido em seus esforços.
"Independente de Temer ficar ou sair, o melhor que o Brasil pode esperar agora é um presidente fraco que consiga terminar o que ele começou no que resta do mandato atual, que termina no final do próximo ano", conclui o texto.