Reforma da Previdência: a hora do "vai ou racha"
Ajustes tesouram a proposta inicial da reforma pela metade para que a principal bandeira do governo não morra na praia
Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2017 às 06h36.
Última atualização em 22 de novembro de 2017 às 07h21.
Em movimento decisivo para seu governo, o presidente Michel Temer deve apresentar nesta quarta-feira o novo texto da reforma da Previdência .
Os ajustes tesouram a proposta inicial pela metade para que a principal bandeira do governo não morra na praia.
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A economia passa dos 700 bilhões de reais previstos para 350 bilhões em 10 anos. A prioridade é a aprovação de idade mínima e de uma regra de transição que convençam os deputados federais com alguma rapidez e gerem o mínimo de custo eleitoral aos parlamentares.
“Não definimos um mínimo. Nós definimos que tem que ser substancialmente acima de um certo valor [de economia]”, disse ontem o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. “Digamos que substancialmente é acima de 50%”.
O presidente Michel Temer reuniu-se no domingo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e outros líderes, como Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Baleia Rossi (PMDB-SP), Heráclito Fortes (PSB-PI) e Pauderney Avelino (DEM-AM), para acertar os ponteiros e traçar uma estratégia. Ficou acertado que o grupo trabalharia intensamente para colocar a reforma na pauta do Plenário até o dia 6 de dezembro.
A pressa abriu caminho para um intenso fisiologismo. Na semana passada, o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), disse que “não dá para fazer texto sem reforma ministerial”.
O líder do DEM, deputado Efraim Filho (PB), manteve as preocupações do governo ao dizer nesta terça que a reforma da Previdência só será votada se houver “convicção da vitória”, mesmo dia em que Rodrigo Maia disse que o governo está “muito longe” de ter os votos para aprovar a nova PEC, mesmo que reduzida.
Da parte do governo, algumas peças estão sendo movidas para azeitar a tramitação. Além da escolha do novo ministro das Cidades, Alexandre Baldy, que está de contrato firmado com o PP, maior legenda do centrão, a Secretaria de Governo, deve ser dada ao deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), antigo protetor do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que foi um dia o rei do grupo de pequenos partidos. Os dois ministérios estavam com o PSDB.
Ao mesmo tempo, o governo não pode desagradar os tucanos se quiser sonhar com os 308 votos favoráveis. Será uma batalha sangrenta, mas rápida. Faltam, afinal, duas semanas até a data estabelecida do dia 6 de dezembro.