Recomposição da base na Câmara é prioridade, avalia PT
Partido quer tentar formar uma maioria de deputados que lhe garanta força para aprovar suas promessas de campanha
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2014 às 17h48.
Brasília - Com o encolhimento da bancada do PT na Câmara nesta eleição e com a fragmentação da Casa em 28 partidos, a primeira tarefa do segundo governo Dilma Rousseff será recompor sua base de sustentação e tentar formar uma maioria de deputados que lhe garanta força para aprovar suas promessas de campanha, entre elas a reforma política.
A principal promessa defendida por Dilma em seu discurso de vitória, por exemplo, será alvo de intensa disputa. Embora deputados de todos os partidos propaguem a necessidade de uma reforma política, os termos para essas proposta opõem um bloco liderado pelo PT e as demais siglas da Casa.
O PMDB, maior partido aliado, é contrário ao fim do financiamento empresarial das campanhas, bandeira histórica de petistas. As duas legendas também estão em lados opostos sobre a convocação de um plebiscito para que a população indique as diretrizes dessa reforma.
O PT quer esse tipo de consulta popular, enquanto os peemedebistas rechaçam a ideia e argumentam que o melhor é que um referendo deve ser convocado após a discussão no Congresso para chancelar as decisões.
A eleição de um número maior de bancadas nanicas, dizem deputados, também deve dificultar a votação de itens como a cláusula de barreira - mecanismo pelo qual partidos que não alcancem um desempenho mínimo nas eleições não podem ter representação no Parlamento.
"É um diálogo que teremos que fazer. A decisão tomada pelo povo (nas eleições) foi nessa direção", diz o ex-presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS). Já o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) defende que o tema seja tratado pelo Congresso antes das eleições municipais de 2016.
A viabilidade da aprovação de uma reforma política é questionada até mesmo por petistas.
"Com esta correlação de forças, não acredito (na aprovação da reforma política). Não temos número para aprovar uma medida como esta", declarou o deputado Sibá Machado (PT-AC), atual vice-líder da bancada, que acredita que o assunto tende a se "esfriar" nos próximos meses.
Já prevendo as dificuldades com o Congresso no próximo mandato de Dilma, o PT tem pressionado para que o Palácio do Planalto reforce sua articulação política.
Além do ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, lideranças do partido defendem que outros nomes de peso, como o do governador da Bahia Jaques Wagner, sejam escalados para ajudar nas negociações com os deputados.
Fora as legendas que apoiaram a reeleição de Dilma, como o PMDB, PSD, PR e PP, petistas apostam que é possível recuperar o suporte de deputados do PTB e até mesmo dissidências do PSB, siglas que apoiaram oposicionistas.
"Parte do PSB estará disposta a compor com o governo", diz Zarattini (PT-SP).
Um reforço da equipe responsável pelo diálogo do Palácio do Planalto com o Congresso também é necessário, avaliam petistas, devido à eleição para a presidência da Câmara para o próximo biênio.
Desafeto do Planalto, o líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), pavimenta sua candidatura e deve enfrentar um nome indicado pelo PT, rompendo um acordo de revezamento no comando da Casa que remonta a 2006.
"É normal e natural que a gente tenha o direito de indicar um candidato", afirma Marco Maia, um dos petistas cotados a concorrer no ano que vem.
Brasília - Com o encolhimento da bancada do PT na Câmara nesta eleição e com a fragmentação da Casa em 28 partidos, a primeira tarefa do segundo governo Dilma Rousseff será recompor sua base de sustentação e tentar formar uma maioria de deputados que lhe garanta força para aprovar suas promessas de campanha, entre elas a reforma política.
A principal promessa defendida por Dilma em seu discurso de vitória, por exemplo, será alvo de intensa disputa. Embora deputados de todos os partidos propaguem a necessidade de uma reforma política, os termos para essas proposta opõem um bloco liderado pelo PT e as demais siglas da Casa.
O PMDB, maior partido aliado, é contrário ao fim do financiamento empresarial das campanhas, bandeira histórica de petistas. As duas legendas também estão em lados opostos sobre a convocação de um plebiscito para que a população indique as diretrizes dessa reforma.
O PT quer esse tipo de consulta popular, enquanto os peemedebistas rechaçam a ideia e argumentam que o melhor é que um referendo deve ser convocado após a discussão no Congresso para chancelar as decisões.
A eleição de um número maior de bancadas nanicas, dizem deputados, também deve dificultar a votação de itens como a cláusula de barreira - mecanismo pelo qual partidos que não alcancem um desempenho mínimo nas eleições não podem ter representação no Parlamento.
"É um diálogo que teremos que fazer. A decisão tomada pelo povo (nas eleições) foi nessa direção", diz o ex-presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS). Já o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) defende que o tema seja tratado pelo Congresso antes das eleições municipais de 2016.
A viabilidade da aprovação de uma reforma política é questionada até mesmo por petistas.
"Com esta correlação de forças, não acredito (na aprovação da reforma política). Não temos número para aprovar uma medida como esta", declarou o deputado Sibá Machado (PT-AC), atual vice-líder da bancada, que acredita que o assunto tende a se "esfriar" nos próximos meses.
Já prevendo as dificuldades com o Congresso no próximo mandato de Dilma, o PT tem pressionado para que o Palácio do Planalto reforce sua articulação política.
Além do ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, lideranças do partido defendem que outros nomes de peso, como o do governador da Bahia Jaques Wagner, sejam escalados para ajudar nas negociações com os deputados.
Fora as legendas que apoiaram a reeleição de Dilma, como o PMDB, PSD, PR e PP, petistas apostam que é possível recuperar o suporte de deputados do PTB e até mesmo dissidências do PSB, siglas que apoiaram oposicionistas.
"Parte do PSB estará disposta a compor com o governo", diz Zarattini (PT-SP).
Um reforço da equipe responsável pelo diálogo do Palácio do Planalto com o Congresso também é necessário, avaliam petistas, devido à eleição para a presidência da Câmara para o próximo biênio.
Desafeto do Planalto, o líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), pavimenta sua candidatura e deve enfrentar um nome indicado pelo PT, rompendo um acordo de revezamento no comando da Casa que remonta a 2006.
"É normal e natural que a gente tenha o direito de indicar um candidato", afirma Marco Maia, um dos petistas cotados a concorrer no ano que vem.