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Quem investirá nesse país?, questiona Maia após revelação de Janot

Em declaração, o presidente da Câmara disse que "pelo menos a Polícia Federal já devia ter retirado o porte de arma dele para a gente ficar mais tranquilo"

Maia: após a palestra, a imprensa pediu para Maia analisar mais a fundo as declarações de Janot. "Sei lá", divagou o deputado (Adriano Machado/Reuters)

Maia: após a palestra, a imprensa pediu para Maia analisar mais a fundo as declarações de Janot. "Sei lá", divagou o deputado (Adriano Machado/Reuters)

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Clara Cerioni

Publicado em 27 de setembro de 2019 às 13h57.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, comentou na manhã desta sexta-feira (27) as declarações do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que disse, na véspera, ter pensado em matar o ministro do STF Gilmar Mendes.

"Hoje descobrimos que o procurador-geral queria matar ministro do Supremo. Quem vai querer investir num país desse?", questionou Maia em evento no Rio.

Ao arrancar risadas da plateia, o parlamentar complementou: "Pelo menos a Polícia Federal já devia ter retirado o porte de arma dele para a gente ficar mais tranquilo."

Após a palestra, a imprensa pediu para Maia analisar mais a fundo as declarações de Janot. "Sei lá", divagou o deputado. "Não se pode nem mais brincar..."

Outro alvo de críticas de Maia foi o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. "O ministro do Meio Ambiente nega os dados técnicos do Inpe, esse é o Brasil que nós temos", disse, também no contexto de crítica à insegurança que o país gera aos investidores.

Declarações

Em entrevistas reveladas nesta quinta-feira (26), o ex-PGR contou que, em 2017, sua relação com o ministro do STF tornou-se tão conflituosa que ele chegou a ir armado ao tribunal para matar o ministro.

“Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele e depois me suicidar”, disse Janot ao Estadão. O conflito atingiu a temperatura máxima quando Janot tentou impedir Gilmar de atuar num processo envolvendo o empresário Eike Batista.

Janot alegou que Gilmar estava impedido de julgar o caso porque sua esposa, Guiomar Mendes, trabalhava no escritório de advocacia que defendia Eike.

Em seguida, surgiram notícias que acusavam a filha de Janot de ser advogada de empresas envolvidas na Lava-Jato. O ex-procurador-geral acusa Gilmar de ter inventado essa história.

O fato o teria deixado tão abalado que ele planejou matar Gilmar em pleno STF. Os dois chegaram a se encontrar na antessala do Tribunal. Janot diz que foi “a mão de Deus” que o impediu de puxar o gatilho.

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