Homem algemado (Getty Images)
Mariana Desidério
Publicado em 17 de janeiro de 2015 às 06h12.
São Paulo – Com execução marcada para as 15h deste sábado (horário de Brasília), o instrutor de voo Marco Archer Cardoso Moreira não foi o único brasileiro preso e condenado à pena capital por tráfico de drogas na Indonésia.
Também está no corredor da morte do país asiático o surfista paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, hoje com 42 anos.
Gularte foi detido em 2004 ao tentar entrar no país carregando 6 kg de cocaína em suas pranchas de surfe. No último dia 9 de janeiro, o presidente indonésio Joko Widodo rejeitou pedido de clemência feito pelo paranaense. Com isso, o surfista pode ser morto em fevereiro, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo.
A família do brasileiro e o Itamaraty buscam reverter a decisão. O argumento principal é que Gularte está mentalmente doente, segundo atesta um laudo encomendado pelo governo brasileiro.
Em entrevista à revista Veja, em 2005, a mãe do surfista, Clarisse Muxfeldt Gularte, conta que o brasileiro começou a se envolver com drogas ainda na adolescência.
Ela diz ainda ter percebido que seu filho traficava drogas quando ele tinha 25 anos. O jovem havia montado uma pizzaria em Florianópolis, e Clarisse costumava ajudá-lo no negócio.
“Comecei a notar algumas coisas diferentes. Os amigos chegavam e chamavam o Rodrigo de lado. Não iam lá para comer. Chamavam, conversavam num canto e iam embora”, disse a mãe à época.
Fuzilamento
A Indonésia tem uma das legislações mais duras do mundo contra o tráfico de drogas. O argumento é que o crime prejudica as novas gerações do país.
No final do ano passado, o presidente do país, Joko Widodo, assumiu o cargo com um duro discurso contra o tráfico de drogas. Ele anunciou que negaria todos os pedidos de clemência feitos por traficantes condenados à morte no país. A pena capital tem grande aceitação da população local.
A execução na Indonésia é feita por fuzilamento. Doze soldados atiram com rifles no peito do condenado, sendo que apenas duas armas são carregadas. Caso a pessoa sobreviva, leva um tiro na cabeça.
Se ambos tivessem cometido o mesmo crime no Brasil, teriam sido condenados a, no máximo, 15 anos de prisão, pena que poderia ser reduzida por bom comportamento.