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Quem é André do Rap, traficante que está foragido após ser solto pelo STF

André Oliveira Macedo já foi preso anteriormente e é acusado de comandar esquemas de envio de drogas do Brasil para a Europa

Prisão: André do Rap foi solto ontem, em Presidente Venceslau, interior de São Paulo (Darrin Klimek/Getty Images)
AO

Agência O Globo

Publicado em 11 de outubro de 2020 às 16h03.

O traficante André Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, é apontado como um dos chefes da facção criminosa que atua dentro e fora de presídios brasileiros. Ele está foragido desde ontem, após receber um habeas corpus do ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Melo, e ter o benefício revogado pelo também ministro do STF, Luiz Fux.

Já conhecido da polícia, passou seis anos preso, e foi solto em 2008. Em 18 de setembro do ano passado, foi preso novamente em Angra dos Reis, Rio de Janeiro. Segundo as investigações, sua atuação principal ocorria no litoral de São Paulo, onde coordenava envio de drogas para a Europa, misturada a cargas de exportadores que saem do Porto de Santos. No dia da prisão, no ano passado, ele foi surpreendido em uma mansão avaliada em 4 milhões de reais.

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André do Rap também tinha uma residência que seria alugada por 20.000 reais por mês, mostrou a investigação, além de helicóptero e uma lancha de luxo, avaliada em 6 milhões de reais.

O traficante se apresentava como empresário que realizava eventos, e promovia shows de funk, rap e hip hop. Também costumava patrocinar surfistas. Apesar do esquema ter sido descoberto em 2013, a buscas pelo paradeiro de André do Rap se intensificaram em abril de 2018, quando ele foi condenado em segunda instância por crimes investigados na Operação Oversea. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região determinou uma pena de 15 anos, seis meses e 20 dias de reclusão.

Segundo a polícia, um dos crimes foi misturar 145 quilos de cocaína dentro de malas em um contêiner da Friboi, com destino ao Porto de Las Palmas, na Espanha. Em outra investigação, a quadrilha é acusada de enviar cocaína a Nápoles, na Itália, misturada em cargas de café.

As investigações mostraram que a quadrilha dividia as tarefas em células, com funções como armazenagem da cocaína antes do embarque e a entrega nos navios, além de cooptação da tribulação para que receba a droga. O bando ainda recebe ajuda de estrangeiros, que retiram a cocaína dos contêineres em cada país de destino.

Alvo da polícia

André do Rap foi solto ontem, em Presidente Venceslau, interior de São Paulo. Ele cumpria prisão preventiva na cidade, mas já tinha condenação em primeira instância a 14 anos de reclusão. A pena foi reduzida na segunda instância a 10 anos. O ministro Marco Aurélio Melo entendeu que a prisão preventiva do traficante por mais de um ano desrespeita o previsto na lei. À noite, Luiz Fux suspendeu a decisão de Marco Aurélio a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), destacando a necessidade de proteger a ordem e a segurança pública.

Uma equipe de investigadores teria seguido André do Rap de forma velada, após sua soltura. Ele foi de carro para Maringá, no Paraná, onde um avião particular esperava por ele. Policiais acreditam que ele seguiu para o Paraguai.

Foragido, ele é alvo de uma grande operação da Polícia Civil de São Paulo, que envolve os departamentos Estadual de Investigações Criminais (DEIC), de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e de Operações Policiais Especiais (DOPE).

Acompanhe tudo sobre:PoliciaisSupremo Tribunal Federal (STF)Tráfico de drogas

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