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Punir empresa leva a conta da corrupção até trabalhador, diz Lula

Ex-presidente afirmou que ao se punir a empresa, quem perde é o trabalhador, que pode ver menos vagas de empresa no país

Lula: presidente defendeu punir empresário corrupto, mas livrar as companhias (Paulo Whitaker/Reuters)

Lula: presidente defendeu punir empresário corrupto, mas livrar as companhias (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de maio de 2017 às 18h43.

São Paulo - O ex-presidente Lula afirmou que a punição de empresários que cometeram atos ilícitos não pode prejudicar as empresas. "Tem de punir empresário que roubou? Tem, mas não pode destruir a empresa, porque quem paga é o trabalhador que não tem nada que ver com isso", disse, mencionando as perdas de vagas na construção civil e na indústria naval.

Lula defendeu que as investigações respeitem o Estado de Direito. "Não queremos virar um estado policial, respeitem as leis. Defendemos que as acusações sejam democraticamente julgadas. Vale PT, PMDB, procuradores, juízes, papa, todo mundo. Lei é lei. Não existe nenhuma instituição maior que a outra." Segundo ele, o PT pode ensinar a combater a corrupção com os mecanismos criados durante os anos em que a sigla esteve no poder.

Durante seu discurso na posse da direção do diretório municipal de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, na manhã deste sábado (20), transmitida por sua página no Facebook, Lula também mencionou o processo de impeachment da ex-presidente Dilma, chamando-o de "golpe", e o correlacionou com a atual crise econômica.

"Até um tempo atrás, o Brasil era o País mais otimista do planeta Terra. Tínhamos a expectativa que, em 2016, o Brasil seria a 5ª economia do mundo. Lamentavelmente, isso não aconteceu. O golpe fez com que o Brasil chegasse aonde chegou."

O petista ainda afirmou que o objetivo do "golpe" não era melhorar o País ou combater a corrupção, mas sim, segundo ele, por uma vontade de "entregar a economia ao capital estrangeiro".

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