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PT teria recebido até US$ 200 mi em propina da Petrobras

Segundo ex-gerente de engenharia da Petrobras Paulo Barusco, Partido dos Trabalhadores (PT) recebeu entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões em propina de contratos da Petrobras

Funcionário em uma plataforma da Petrobras (Sérgio Moraes/Reuters)

Talita Abrantes

Publicado em 5 de fevereiro de 2015 às 16h48.

São Paulo - Entre 2003 e 2013, o Partido dos Trabalhadores ( PT ) teria recebido entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões em pagamentos de propina de contratos da Petrobras, segundo os jornais Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo.  Confira tudo o que ele revelou à Polícia Federal.

A estimativa foi feita por Paulo Barusco, ex-gerente de engenharia da estatal, em depoimento à Polícia Federal prestado em acordo de delação premiada. O depoimento aconteceu no último dia 20 de novembro, mas só veio à tona nesta quinta-feira.

Barusco afirmou à Polícia Federal que o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, era responsável pelo recebimento de propinas. Ele não soube informar, contudo, para onde o dinheiro seria enviado.

Vaccari Neto prestou depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira na nona fase da Operação Lava Jato . Ele e o partido negam envolvimento com o esquema. Em nota, o PT afirmou que as "acusações não apresentam provas ou sequer indícios de irregularidades e, portanto, não merecem crédito". Veja o texto ao final da reportagem.

Os pagamentos de propina teriam sido feitos em cerca de 90 contratos de grandes obras da estatal. Barusco afirmou que, além das diretorias de Serviços e Abastecimento, as áreas de Exploração e Produção e Gás e Energia também tiveram envolvimento no esquema - inclusive durante o período em que Graça Foster presidiu esta última.

No entanto, ele afirma, que tanto Graça quanto Ildo Sauer, que presidiram o setor de Gás e Energia, provavelmente não sabiam do esquema porque “não havia espaço para esse tipo de conversa.

Segundo Barusco, em todas as diretorias, o percentual de propina cobrado por contrato variava de 1% a 2%.

Entre as obras listadas por Barusco estão a Refinaria Abreu e Lima e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. Veja a lista das 24 obras afetadas pelo esquema.

Na diretoria de Abastecimento, por exemplo, o percentual de propina cobrado por contrato era, geralmente,de 2% - "sendo que 1% era gerenciado por Paulo Roberto Costa, o qual promovia a destinação, e os outros 1% eram divididos entre o Partido dos Trabalhadores, na proporção de 0,5% representada por João Vaccari, e a "Casa", na proporção de 0,5% representada por Renato Duque, o declarante [Barusco] e uma terceira pessoa", segundo texto do termo de delação divulgado pelo site do jornal Estado de S. Paulo.

Barusco afirmou que só do estaleiro Kepell Fels, Vaccari Neto teria recebido 4,25 milhões de dólares.

Considerado um dos principais operadores do esquema, Barusco era o braço direito de Renato Duque na diretoria de Serviços. No final do ano passado, ele concordou em devolver cerca de 100 milhões de dólares em troca de um acordo de delação premiada.


Veja a nota do PT

"A assessoria de imprensa do PT reitera que o partido recebe apenas doações legais e que são declaradas à Justiça Eleitoral. As novas declarações de um ex-gerente da Petrobras, divulgadas hoje, seguem a mesma linha de outras feitas em processos de “delação premiada” e que têm como principal característica a tentativa de envolver o partido em acusações, mas não apresentam provas ou sequer indícios de irregularidades e, portanto, não merecem crédito. Os acusadores serão obrigados a responder na Justiça pelas mentiras proferidas contra o PT"

Veja a nota de João Vaccari Neto:

"JOÃO VACCARI NETO, Secretário de Finanças do Partido dos Trabalhadores - PT, por sua defesa, vem a público para dizer que há muito ansiava pela oportunidade de prestar os esclarecimentos que nesta data foram apresentados à Polícia Federal, para de forma cabal, demonstrar as inúmeras impropriedades publicadas pela imprensa nos últimos meses, envolvendo seu nome.

Reitera, mais uma vez, que o Partido dos Trabalhadores – PT, não tem caixa dois, nem conta no exterior, que não recebe doações em dinheiro e somente recebe contribuições legais ao partido, em absoluta conformidade com a Lei, sempre prestando as respectivas contas às autoridades competentes.

Sua defesa registra ainda, que o Sr. Vaccari permanece à disposição das autoridades, para prestar todos e quaisquer esclarecimentos, e que sua condução coercitiva, desta data, entendeu-se desnecessária, pois bastaria intimá-lo, que o Sr. Vaccari comparece e presta todas as informações solicitadas, colaborando com as investigações da operação “Lava Jato”, como sempre o fez"

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A estimativa foi feita por Paulo Barusco, ex-gerente de engenharia da estatal, em depoimento à Polícia Federal prestado em acordo de delação premiada. O depoimento aconteceu no último dia 20 de novembro, mas só veio à tona nesta quinta-feira.

Barusco afirmou à Polícia Federal que o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, era responsável pelo recebimento de propinas. Ele não soube informar, contudo, para onde o dinheiro seria enviado.

Vaccari Neto prestou depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira na nona fase da Operação Lava Jato . Ele e o partido negam envolvimento com o esquema. Em nota, o PT afirmou que as "acusações não apresentam provas ou sequer indícios de irregularidades e, portanto, não merecem crédito". Veja o texto ao final da reportagem.

Os pagamentos de propina teriam sido feitos em cerca de 90 contratos de grandes obras da estatal. Barusco afirmou que, além das diretorias de Serviços e Abastecimento, as áreas de Exploração e Produção e Gás e Energia também tiveram envolvimento no esquema - inclusive durante o período em que Graça Foster presidiu esta última.

No entanto, ele afirma, que tanto Graça quanto Ildo Sauer, que presidiram o setor de Gás e Energia, provavelmente não sabiam do esquema porque “não havia espaço para esse tipo de conversa.

Segundo Barusco, em todas as diretorias, o percentual de propina cobrado por contrato variava de 1% a 2%.

Entre as obras listadas por Barusco estão a Refinaria Abreu e Lima e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. Veja a lista das 24 obras afetadas pelo esquema.

Na diretoria de Abastecimento, por exemplo, o percentual de propina cobrado por contrato era, geralmente,de 2% - "sendo que 1% era gerenciado por Paulo Roberto Costa, o qual promovia a destinação, e os outros 1% eram divididos entre o Partido dos Trabalhadores, na proporção de 0,5% representada por João Vaccari, e a "Casa", na proporção de 0,5% representada por Renato Duque, o declarante [Barusco] e uma terceira pessoa", segundo texto do termo de delação divulgado pelo site do jornal Estado de S. Paulo.

Barusco afirmou que só do estaleiro Kepell Fels, Vaccari Neto teria recebido 4,25 milhões de dólares.

Considerado um dos principais operadores do esquema, Barusco era o braço direito de Renato Duque na diretoria de Serviços. No final do ano passado, ele concordou em devolver cerca de 100 milhões de dólares em troca de um acordo de delação premiada.


Veja a nota do PT

"A assessoria de imprensa do PT reitera que o partido recebe apenas doações legais e que são declaradas à Justiça Eleitoral. As novas declarações de um ex-gerente da Petrobras, divulgadas hoje, seguem a mesma linha de outras feitas em processos de “delação premiada” e que têm como principal característica a tentativa de envolver o partido em acusações, mas não apresentam provas ou sequer indícios de irregularidades e, portanto, não merecem crédito. Os acusadores serão obrigados a responder na Justiça pelas mentiras proferidas contra o PT"

Veja a nota de João Vaccari Neto:

"JOÃO VACCARI NETO, Secretário de Finanças do Partido dos Trabalhadores - PT, por sua defesa, vem a público para dizer que há muito ansiava pela oportunidade de prestar os esclarecimentos que nesta data foram apresentados à Polícia Federal, para de forma cabal, demonstrar as inúmeras impropriedades publicadas pela imprensa nos últimos meses, envolvendo seu nome.

Reitera, mais uma vez, que o Partido dos Trabalhadores – PT, não tem caixa dois, nem conta no exterior, que não recebe doações em dinheiro e somente recebe contribuições legais ao partido, em absoluta conformidade com a Lei, sempre prestando as respectivas contas às autoridades competentes.

Sua defesa registra ainda, que o Sr. Vaccari permanece à disposição das autoridades, para prestar todos e quaisquer esclarecimentos, e que sua condução coercitiva, desta data, entendeu-se desnecessária, pois bastaria intimá-lo, que o Sr. Vaccari comparece e presta todas as informações solicitadas, colaborando com as investigações da operação “Lava Jato”, como sempre o fez"

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