Brasil

Tucanos apoiam reforma da Previdência, mas com restrições, diz Alckmin

Tucano disse que partido não ajudará a aprovar nenhum benefício que fique abaixo do salário mínimo

Ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, logo após se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (4) (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, logo após se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (4) (Antonio Cruz/Agência Brasil)

R

Reuters

Publicado em 4 de abril de 2019 às 11h40.

Última atualização em 4 de abril de 2019 às 15h22.

Brasília — O presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quinta-feira, 4, que o partido mantém posição de independência em relação ao governo. Ao deixar reunião com o presidente Jair Bolsonaro, ele também disse que os tucanos apoiam a reforma da Previdência governo, mas com restrições. "Não há nenhum tipo de troca, não participaremos do governo", declarou. Ele também ponderou que o apoio dos tucanos à reforma ocorre num contexto de "justiça social".

Alckmin destacou como prioridade na reforma apenas as questões da idade mínima e do tempo de contribuição. O partido é contra outros pontos, segundo ele, como mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC), que é pago para idosos e deficientes de baixa renda, e alterações propostas na aposentadoria rural. "Não aprovaremos nenhum benefício menor do que um salário mínimo", destacou.

Ele afirmou que Bolsonaro não convidou o partido para integrar a base e que esse assunto não foi tratado. O foco, disse, foi a reforma da Previdência.

Questionado sobre as críticas à "velha política", feitas por Bolsonaro, Alckmin avaliou que "não existe velha política, e sim boa e má política". Sobre um balanço do final do encontro, disse que "é preciso baixar o tom". "Doutor Ulysses Guimarães já dizia, não se guarda ressentimento na geladeira", disse o ex-governador ao deixar o Planalto.

Em clima amistoso, ao cumprimentar Alckmin, Bolsonaro contou que já votou nele no passado. O presidente tem uma série de reuniões com dirigentes de partidos nesta quinta-feira, que continuarão na próxima semana, para tentar formar uma base aliada e garantir apoio para as reformas no Congresso.

Doria e a bancada paulista

O governador de São Paulo, João Doria, afirmou nesta quinta-feira, 4, que a bancada do PSDB, com deputados federais paulistas, "vai fechar questão a favor da reforma da Previdência". Doria participa da conferência "Perspectivas para o Brasil 2020" do Banco Daycoval, em São Paulo.

Doria afirmou que seu governo irá defender incondicionalmente a reforma. Ele disse que há diálogo com o Executivo federal, sobretudo com o secretário da Previdência, Rogério Marinho, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, e que é legítimo os Estados negociarem condições para melhorar a situação fiscal dos governos.

Ele garantiu, contudo, que o governo paulista apoiará a reforma sem pedir contrapartida.

O governador de São Paulo afirmou também que o PSDB não é alinhado ao governo Bolsonaro, mas ao Brasil.

Acompanhe tudo sobre:Geraldo AlckminGoverno BolsonaroPSDBReforma da Previdência

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 23 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP