Brasil

PSDB quer Romário na campanha de Aécio

Com 4,6 milhões de votos, ex-jogador e agora senador é considerado um cabo eleitoral precioso no segundo turno

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2014 às 19h11.

Rio - Não são só os 2,5 milhões de votos (31% dos válidos) da candidata do PSB à Presidência Marina Silva no Rio de Janeiro que estão na mira da presidente Dilma Rousseff e do tucano Aécio Neves no segundo turno.

Com um patrimônio muito maior, de 4,6 milhões de votos (64,3%), o ex-jogador e deputado federal Romário (PSB), eleito senador, é considerado um cabo eleitoral precioso no segundo turno.

Crítico ferrenho de Dilma, Romário indicou, na noite de domingo, 5, que não cogita apoiar a reeleição da presidente.

Disse ter boa relação com Aécio e com os dois candidatos que disputam o governo do Estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB) e Marcelo Crivella (PRB). E prometeu uma decisão nos próximos dias.

"Fora a Dilma, tive contato (antes da campanha) com todos os outros (Aécio, Pezão e Crivella), tenho relação muito boa com eles", afirmou Romário.

"Faço parte de um grupo que tinha Marina Silva candidata a presidente e Lindbergh Farias a governador. A política é bastante dinâmica, vamos discutir possível ajuda a um dos grupos, tanto nacional quando estadual", disse o ex-jogador.

Interlocutores de Aécio estão em campo na tentativa de atrair o ex-jogador. Embora cautelosos, têm expectativa de que Romário se engaje na campanha tucana.

O deputado do PSB fez campanha praticamente sozinho, tem relação difícil com o partido e quase não fez atividades de rua com Marina e Lindbergh.

Por isso, o mais provável é que anuncie uma decisão pessoal, independente do rumo decidido pelos socialistas no segundo turno.

Na noite de domingo, Romário comemorou a vitória com um desabafo nas redes sociais: "Um ex-favelado virou senador da República!" Ele deixou clara a insatisfação com o PSB, embora tenha dito que não pretende deixar a legenda. "Minha relação com o partido não é das melhores", reconheceu.

Em outra frente, Aécio conta com o presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani, para revigorar o movimento "Aezão", que prega o voto conjunto no tucano e no governador Pezão.

A chapa foi lançada com grande adesão de deputados e prefeitos, enfraqueceu depois da queda de Aécio nas pesquisas, com a entrada de Marina Silva na disputa presidencial, e agora será retomada. Aécio ficou em terceiro lugar no Rio de Janeiro, com 26,9% dos votos.

Dilma foi a primeira, com 35,6%. Picciani lembra, no entanto, que quase 60% dos eleitores se recusaram a votar no PT, sem contar os votos nulos e brancos para presidente, que somaram 14% no Estado.

"Existiu um sentimento claro de oposição ao governo do PT. Eu sempre fiquei firme, acreditei que Aécio iria para o segundo turno. Deputados do "Aezão" já me ligaram querendo continuar o trabalho, estão motivados e preocupados com o destino do País", disse Picciani.

Os tucanos têm expectativa também de receber apoio de algumas lideranças da Rede Sustentabilidade, movimento liderado por Marina. O deputado Alfredo Sirkis (PSB), que não disputou a reeleição, já anunciou apoio a Aécio e disposição para colaborar com a campanha.

Outros integrantes da Rede, como o vereador Jefferson Moura (PSOL) e o deputado reeleito Miro Teixeira (PROS), preferiram aguardar as reuniões do movimento.

Apesar do "Aezão", o governador Luiz Fernando Pezão reiterou o apoio à reeleição de Dilma.

Ontem, a presidente recebeu apoio do deputado estadual mais votado no País, Marcelo Freixo, do PSOL, que obteve 350 mil votos e, no primeiro turno, fez campanha para Luciana Genro.

Acompanhe tudo sobre:aecio-nevesEleiçõesEleições 2014Oposição políticaPartidos políticosPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPSB – Partido Socialista BrasileiroPSDBRomário

Mais de Brasil

Avião cai em Gramado, na Serra Gaúcha, e não deixa sobreviventes

São Paulo tem 88 mil imóveis que estão sem luz desde ontem; novo temporal causa alagamentos

Planejamento, 'núcleo duro' do MDB e espaço para o PL: o que muda no novo secretariado de Nunes

Lula lamenta acidente que deixou ao menos 38 mortos em Minas Gerais: 'Governo federal à disposição'