PSDB paulista discute expulsão de Aécio Neves e Beto Richa
Com as eleições municipais de 2020 batendo à porta, os Tucanos temem que a permanência dos ex-caciques acusados de corrupção atrapalhe futuros pleitos
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2019 às 06h37.
Última atualização em 22 de julho de 2019 às 08h57.
De olho nas próximas eleições municipais de 2020, o Partido Social Democrata Brasileiro (PSDB) volta a um problema que vem sendo arrastado há tempos: o que fazer com ex-caciques acusados de corrupção.
Nesta segunda-feira, 22, o diretório estadual do PSDB São Paulo irá discutir sobre a expulsão de Aécio Neves e Beto Richa, ex figuras de peso para o partido que estão atreladas a casos espinhosos de corrupção. Caso a votação decida pela saída da dupla, a questão será levada para o comitê nacional da sigla, que recentemente lançou um novo código de ética.
Para o partido, a grande questão é como a filiação de membros com capital político desgastado poderá impactar na próxima corrida eleitoral.
Na semana passada, uma reunião do diretório paulista que tinha a finalidade de tratar sobre o pleito municipal de 2020 mudou de rumo ao se falar sobre as expulsões. Embora alguns membros afirmem que a sucursal estadual não é o local mais adequado para tratar do assunto, que deveria ficar com o comitê nacional, no geral, a maioria é favorável aos desligamentos.
O próprio governador de São Paulo, João Doria , se disse a favor da saída de Aécio, embora opte por um caminho mais diplomático, a renúncia do deputado, o que segundo ele, “é uma solução política e eticamente adequada”, disse.
Lançado do fim de maio, o novo código de ética do PSDB prevê a expulsão de políticos condenados criminalmente ou que cometeram infidelidade partidária, mas não cita o que deve ser feito com membros que estão sendo investigados por corrupção, como é o caso de Aécio.
Em 2017, o deputado chegou a ter um pedido de prisão expedido pela Procuradoria Geral da República em uma investigação sobre supostos pagamentos de propina pelo grupo J&F.
Em maio, a justiça federal de São Paulo determinou o bloqueio de 128 milhões de reais nas contas de Aécio, que é investigado por ter recebido vantagens indevidas de Joesley Batista, do grupo J&F.
Já o ex-governador do Paraná, Beto Richa, chegou a ser preso pela Polícia Federal duas vezes e é réu pelos crimes corrupção, de obstrução de justiça, organização criminosa e prorrogação indevida de licitações.
Há tempos o PSDB vem arrastando uma decisão definitiva sobre o futuro dos dois ex-caciques da sigla. Sob a promessa de renovação política vinda de um novo código de conduta e frente a uma nova corrida eleitoral, o partido finalmente terá que mostrar se está disposto a descer do muro.