Aécio Neves: se o pedido de expulsão for aceito, Aécio terá cerca de seis meses para se defender (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de agosto de 2019 às 09h52.
Última atualização em 20 de agosto de 2019 às 10h06.
Depois do diretório municipal do PSDB, na segunda-feira, 19, foi a vez do diretório estadual tucano formalizar um pedido de expulsão do deputado Aécio Neves do partido.
A decisão do diretório, que está na área de influência do governador de São Paulo, João Doria, ocorreu às vésperas da reunião da executiva Nacional do PSDB que vai definir a admissibilidade do pedido de expulsão feito pelo diretório municipal da Capital.
O movimento para expulsar Aécio é parte do que Doria chamou de "faxina ética" no PSDB, que ano passado teve o pior desempenho eleitoral de sua história.
O caso de Aécio é o mais emblemático, segundo tucanos, porque ele foi flagrado pedindo um empréstimo de R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, da JBS.
Se o pedido de expulsão for aceito, Aécio terá cerca de seis meses para se defender. O presidente da PSDB-SP, Marco Vinholi, defende que o rito seja encurtado.
O deputado federal é réu em ação penal no caso envolvendo supostas propinas de R$ 2 milhões do Grupo J&F. Em julho deste ano, o juiz federal João Batista Gonçalves, da 6.ª Vara Criminal Federal em São Paulo, abriu ação penal contra o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) no caso .
O tucano foi denunciado em 2017, quando era senador, pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Desde a ascensão do governador paulista João Dória, o partido está divido em questões como a sucessão de 2022 e o alinhamento ao governo de Jair Bolsonaro.
Apesar de estar se distanciando do presidente, Dória colou sua imagem à do então candidato Bolsonaro na campanha de 2018. Setores mais antigos do PSDB foram críticos a essa postura. Durante esta semana, a filiação do deputado Alexandre Frota também mostrou divisões no partido.
A expulsão de Aécio divide o partido, principalmente, de forma regional. O diretório de Minas Gerais é contra o processo, assim como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
O ex-presidente tomou lado ao escrever nas redes sociais que “jogar filiados às feras”, sem aguardar uma decisão judicial, é “oportunismo sem grandeza”.