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PSD fica fora do governo até 2014, diz Kassab

O ex-prefeito de São Paulo disse que seu partido não vai aderir oficialmente à base de apoio do governo Dilma Rousseff antes da eleição de 2014


	Gilberto Kassab: "Deixei claro que a gente não quer participar do governo, é uma decisão do partido", afirmou
 (José Cruz/ABr)

Gilberto Kassab: "Deixei claro que a gente não quer participar do governo, é uma decisão do partido", afirmou (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2013 às 09h27.

São Paulo - O ex-prefeito de São Paulo e presidente do PSD, Gilberto Kassab, disse ontem que seu partido não vai aderir oficialmente à base de apoio do governo Dilma Rousseff antes da eleição de 2014.

O político, que afirma não ser "nem de esquerda nem de direita", ressaltou, porém, que se algum correligionário vier a ocupar um ministério de Dilma, será uma decisão pessoal da presidente, sem comprometimento partidário.

Anteontem à noite, Kassab esteve com Dilma no Palácio do Alvorada. De acordo com auxiliares que tiveram acesso ao conteúdo da conversa, ele se recusou a assumir os dois cargos de primeiro escalão já em negociação com o governo: a Secretaria de Micro e Pequena Empresa e a Secretaria de Assuntos Estratégicos.

Ontem, em entrevista ao Estado, Kassab disse ter garantido a Dilma o apoio do PSD à reeleição, mas julgou que não seria "adequado" ocupar ministérios.

"Deixei claro que a gente não quer participar do governo, é uma decisão do partido. Participar do governo significaria ser da base, mas muita gente no partido não votou na Dilma. Eu, por exemplo, não votei nela", afirmou. "Mas não há problemas de proximidade. Imagina se não está próximo um partido que, espontaneamente, por entender que ela é uma boa presidente, caminha para apoiar sua reeleição."

Kassab ressaltou: "O partido não vai participar do governo, mas ela (Dilma) está livre para convidar quem quiser". Sobre a reunião com a presidente, ele afirmou não ter tratado dos cargos.

Auxiliares palacianos, porém, informaram que o ex-prefeito disse que Dilma poderia chamar um integrante da legenda para compor a equipe "em caráter pessoal".


O PSD considera a oferta de dois ministérios periféricos, com pouco orçamento e poder, incompatível com seu tamanho e, por isso, rejeitou um alinhamento automático com o governo.

Juntinho. Ontem, na entrevista, Kassab citou a possibilidade de ocupar cargos num eventual segundo mandato de Dilma: "Quem faz campanha junto governa junto. Não se trata de cargo. Eleição é isso: para você ocupar espaços, precisa de uma delegação do povo para governar".

Kassab afirmou que a postura em relação a cargos não altera a disposição do partido de apoiar, no Congresso, projetos de interesse do governo federal. "Somos independentes, mas, nas votações, estamos votando com ela em quase todas, a favor do progresso do País. Isso não muda."

A recusa do ex-prefeito em aderir ao governo embaralhou a reforma ministerial de Dilma. Ela agora avalia se ainda é conveniente chamar Afif para a Secretaria da Micro e Pequena Empresa. O outro nome do PSD pelo qual Dilma tem simpatia é o do empresário Paulo Simão, presidente do partido em Minas Gerais.

Ao manter o PSD fora da Esplanada dos Ministérios, ao menos oficialmente, Kassab deixa o partido livre para fechar alianças com candidatos de oposição ao PT nas eleições estaduais de 2014, segundo dirigentes da sigla.

Fora da base, o PSD poderia se coligar ao PSDB no Paraná, no Pará e em Goiás (onde já apoia governadores tucanos) ou formar chapas com adversários do PT em Pernambuco e Minas.

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