Câmara: "temos convicção de que a reforma da Previdência precisa ser feita. Mas ela não pode cair exclusivamente na mão da miúda", disse um porta-voz do partido (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de março de 2017 às 16h07.
Brasília - Dono da sétima maior bancada da Câmara (35 deputados) e da quarta maior do Senado (sete senadores), o PSB vai propor mudanças à proposta de reforma da Previdência enviada pelo governo ao Congresso Nacional.
Essas alterações serão discutidas em uma série de seminários que o partido deve realizar nas próximas semanas com especialistas, sindicatos e integrantes do governo.
De acordo com o deputado Danilo Forte (PSB-CE), a legenda quer discutir principalmente três pontos: a manutenção das regras atuais para aposentadoria rural, a diminuição do tempo de contribuição para aposentadoria integral e caminhos para combater sonegação.
"Temos convicção de que a reforma da Previdência precisa ser feita. Mas ela não pode cair exclusivamente na mão da miúda", disse Forte ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.
O parlamentar defende que, para manter as regras atuais para aposentadoria rural, uma das alternativas poderia ser dividir os custos dela entre o INSS e o agronegócio.
Pela proposta do governo para reforma, trabalhadores rurais só poderão se aposentar com idade mínima de 65 anos e se contribuírem por pelo menos 25 anos, mesma exigência para os trabalhadores em geral.
A proposta do governo também estabelece que trabalhadores das zonas urbana e rural só conseguirão se aposentar com valor integral se contribuírem com o INSS por 49 anos.
"Esse tempo de contribuição é extorsivo. Precisamos de alternativas", disse Forte. "Temos de debater também a falta de ofensividade do governo com a sonegação", acrescentou.
No PSB, a resistência às reformas que o governo Michel Temer quer implantar vem principalmente de parlamentares do Nordeste, sobretudo de Pernambuco.
Recentemente, integrantes desse grupo chegaram a defender a saída do partido do governo. O movimento, porém, perdeu força. Atualmente, a sigla comanda o Ministério de Minas e Energia.