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PSB deve ser neutro nas eleições e deixar Ciro isolado, dizem fontes

Decisão será confirmada na convenção partidária da sigla que vinha sendo cortejada por PT e PDT, em 5 de agosto

Ciro Gomes: decisão do partido condena o pedetista a ir sem uma coligação de peso para a eleição de outubro (Adriano Machado/Reuters)

Ciro Gomes: decisão do partido condena o pedetista a ir sem uma coligação de peso para a eleição de outubro (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 1 de agosto de 2018 às 15h54.

Brasília - O PSB deve optar pela neutralidade nas eleições presidenciais, uma decisão que terá ainda de ser confirmada na convenção do partido marcada para o dia 5 deste mês, disseram à Reuters duas fontes que acompanham as negociações internas e externas do partido.

A neutralidade do PSB, que vinha sendo cortejado por PT e PDT, atrapalha os planos do pedetista Ciro Gomes, que assim terá de ir sem uma coligação de peso para a eleição de outubro, mas agrada ao PT, que já estava convencido de que não conseguiria uma aliança formal com o PSB para a disputa presidencial.

Cresceu nas últimas horas, segundo as fontes, o movimento entre os socialistas que defendem a neutralidade e o fortalecimento das candidaturas regionais do partido.

"A posição majoritária agora é essa, com esse sinal forte do PT de retirar a candidatura de Marília Arraes em Pernambuco", disse uma das fontes, lembrando que a neutralidade agrada aos dois diretórios contrários à aliança com Ciro: São Paulo, em que o governador Márcio França, candidato à reeleição, queria apoiar o tucano Geraldo Alckmin, e Pernambuco, que preferia o PT justamente para tirar Marília da disputa com o atual governador candidato à reeleição, Paulo Câmara.

O PT havia vinculado a retirada da candidatura de Marília a uma aliança nacional com o PSB. Mas, nas últimas horas, tentando garantir pelo menos a neutralidade dos socialistas, o partido concordou em se retirar da disputa no Estado e apoiar Câmara.

Na noite de terça-feira, depois de uma reunião entre PSB, PCdoB, PT e PDT, o presidente dos socialistas, Carlos Siqueira, admitiu que o partido poderia chegar a uma posição de não ter "coligação formal" no primeiro turno com nenhum dos três partidos. Siqueira disse que não gostava da palavra neutralidade e não significaria não ter posição, mas apenas não apoiar formalmente nenhum dos "três candidatos que nos interessam".

A neutralidade do PSB acaba com a última chance de Ciro Gomes formar uma aliança significativa para as eleições e deixa o pedetista, que também tentou cooptar o chamado blocão (DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade) e o PCdoB, isolado.

A decisão do PSB também mantém a divisão da esquerda, que deve chegar ao primeiro turno com dois candidatos com alguma força, o próprio Ciro e um eventual substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no caso da impugnação da sua candidatura pelo PT.

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