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Protresto em favela do Rio deixa dois feridos

Confusão começou quando os moradores interditaram um dos acessos à favela e policiais da UPP tentaram liberar a passagem de veículos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2014 às 18h06.

Rio - Um manifestante e um policial foram feridos na noite de segunda-feira, 6, durante protesto contra falta de luz e água no Morro da Matriz, no Engenho Novo (zona norte).

A confusão começou quando os moradores interditaram um dos acessos à favela e policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) tentaram liberar a passagem de veículos. O morador Maykon do Nascimento Renz, frentista de 24 anos, foi atingido de raspão no peito por uma bala.

Em nota, a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) informou que Maykon foi ferido por um tiro acidental, quando tentou pegar a arma de um policial. A mesma bala, segundo a nota, atingiu o braço de um policial militar. Vizinhos disseram que Maykon foi cercado por PMs ao chegar ao morro e, quando tentou se desvencilhar, acabou atingido de raspão.

O caso foi registrado na 25ª DP (Engenho Novo) e o PM responsável pelo disparo foi autuado por lesão corporal culposa (sem intenção). O comando da UPP anunciou que também vai investigar as circunstâncias do disparo.

Favela do Metrô

Na manhã de desta terça-feira, um protesto de moradores da Favela do Metrô, na Mangueira (zona norte), interditou a Avenida Radial Oeste por mais de uma hora. No início da tarde, houve tumulto e discussão entre manifestantes. PMs usaram gás de pimenta e bombas de efeito moral em reação aos moradores que jogaram ovos e garrafas de vidro nos policiais. Três pessoas foram levadas para a 18ª DP (Praça da Bandeira) e autuadas por desacato.

Manifestantes atearam fogo em restos de lixo e usaram colchões para bloquear a via. Eles protestavam contra a demolição de casas iniciada ontem pela prefeitura. As casas ficaram vazias depois que moradores foram levados para unidades do programa Minha Casa, Minha Vida, em 2011.

Mas, como não foram logo demolidas, acabaram ocupadas por outras famílias, que vivem às margens da linha do trem. Os ocupantes das casas reclamaram que não foram avisados sobre a demolição e que não conseguiram tirar os pertences das residências. "Derrubaram a parede da minha casa com tudo que eu tinha dentro, não consegui tirar nada. Não tenho mais onde morar", disse uma moradora aos prantos. A prefeitura informou que as famílias serão levadas para abrigos, se não tiverem para onde ir.

No fim de semana, na mesma região, moradores da favela de Mangueira fizeram protestos, com um ônibus incendiado, contra a morte de um morador do morro. A Polícia Militar diz que Wellington Sabino Vieira, de 20 anos, morto no sábado, 4, estava armado e atacou policiais. Moradores negam que Wellington fosse ligado ao crime e afirmam que o jovem foi perseguido pela polícia.

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