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Protestos pelo país pedem saída de Temer e eleições diretas

Os protestos acontecem no momento mais frágil do governo Temer, em que o presidente é atingido por denúncias do acordo de delação de Joesley Batista

Protestos: "Do jeito que está, não dá mais. O governo Temer morreu. Temos que ter diretas já para dissolver também o Congresso", disse um manifestante (Igo Estrela/Getty Images)

Protestos: "Do jeito que está, não dá mais. O governo Temer morreu. Temos que ter diretas já para dissolver também o Congresso", disse um manifestante (Igo Estrela/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 18 de maio de 2017 às 22h02.

São Paulo/Rio de Janeiro - Protestos pedindo a saída do presidente Michel Temer e a realização de eleições diretas para a Presidência da República aconteciam em cidades do país na noite desta quinta-feira e confrontos entre policiais e manifestantes foram registrados no Rio de Janeiro.

No centro do Rio, manifestantes ligados a movimentos sociais e sindicatos gritavam "Fora Temer" e "Diretas Já" com faixas, cartazes e instrumentos musicais.

"Do jeito que está, não dá mais. O governo Temer morreu. Temos que ter diretas já para dissolver também o Congresso", disse à Reuters o estudante Adriano Dias, que levou para o protesto um caixão que foi colocado nas escadarias da Câmara Municipal, na Cinelândia.

"Aqui é o enterro simbólico de um governo", afirmou.

Policiais chegaram a entrar em confronto com manifestantes. A Polícia Militar do Rio de Janeiro afirmou que o confronto foi iniciado por mascarados que estavam em meio aos manifestantes.

Em São Paulo, na Avenida Paulista, manifestantes contrários a Temer usavam bandeiras de partidos de oposição ao governo federal e os protestos eram pacíficos.

Também foram registradas manifestações contra Temer e por eleições diretas em Belo Horizonte, Recife, Brasília e outras cidades. Na capital federal, os manifestantes fecharam a Esplanada dos Ministérios.

Os protestos acontecem no momento mais frágil do pouco mais de um ano de governo Temer, em que o presidente é atingido por denúncias feitas no acordo de delação premiada do empresário Joesley Batista, um dos controladores do frigorífico JBS.

O empresário gravou conversa com Temer em que confessou ter pago propina a um procurador da República para ter acesso antecipado a investigações que o envolviam, reclamou de nomeações para cargos importantes no governo, defendeu uma queda mais acentuada da Selic, e disse que "zerou" as pendências com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso desde outubro no curso de uma das fases da operação Lava Jato.

A Secretaria de Imprensa da Presidência disse que Temer não denunciou as alegações confessadas pelo empresário por entender que as declarações de Joesley Batista não eram verdadeiras.

"O presidente Michel Temer não acreditou na veracidade das declarações. O empresário estava sendo objeto de inquérito e por isso parecia contar vantagem", disse a SIP.

"O presidente não poderia crer que um juiz e um membro do Ministério Público estivessem sendo cooptados."

Nesta quinta, Temer foi enfático ao falar que não renunciará e o Supremo Tribunal Federal abriu inquérito para investigá-lo.

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