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Protestos no Brasil podem mudar postura de patrocinadores

Para Pieth, os patrocinadores deveriam ter maior interesse sobre como a Fifa é administrada

Mark Pieth: "pela primeira vez no Brasil, eles se deram conta de que comprar (patrocinar) tal evento pode também se tornar uma desvantagem" (Arnd Wiegmann/Reuters)

Mark Pieth: "pela primeira vez no Brasil, eles se deram conta de que comprar (patrocinar) tal evento pode também se tornar uma desvantagem" (Arnd Wiegmann/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2013 às 11h31.

30 Out - O presidente do Comitê de Governança Independente da Fifa, Mark Pieth, incumbido com a tarefa de sugerir reformas à instituição, disse que os recentes protestos no Brasil podem ter levado os patrocinadores a perceber uma desvantagem em apoiar eventos como a Copa do Mundo.

"Eu acho que pela primeira vez no Brasil, eles se deram conta de que comprar (patrocinar) tal evento pode também se tornar uma desvantagem... caso seu nome esteja constantemente associado na televisão com a revolta popular", disse.

A Copa das Confederações, uma prévia do Mundial que acontece no ano que vem no Brasil, ocorreu este ano em meio a uma onda de protestos no país, com diversas manifestações contestando o custo de sediar a Copa do Mundo, entre outras demandas.

Para Pieth, os patrocinadores deveriam ter maior interesse sobre como a Fifa é administrada. "É uma história uma tanto triste como os patrocinadores não se colocam de maneira mais assertiva, e eu acho que nós devemos encorajá-los a fazê-lo", disse Pieth. "Minha sugestão aos patrocinadores seria para que tomem essa reforma na governança muito a sério." O governo suíço também poderia fazer mais para incitar a Fifa, sediada em Zurique, a mudar seus modos, acrescentou Pieth durante uma apresentação em uma conferência em Aarhus, na Dinamarca, nesta quarta-feira.

Ele disse que a Suíça poderia fazer mais simplesmente acabando com a isenção de impostos concedida à instituição.

"O Estado-sede poderia requerer um mínimo de (padrões de) governança", disse. "A consequência poderia ser que eles deixassem o país, que fugissem, mas azar. Isso é o que o Estado precisa fazer." "Com a Fifa, você tem as dificuldades que o mundo enfrenta com a corrupção e tem uma rede patronal de pessoas que acreditam estar em um ambiente privado", acrescentou Pieth.


"Não é preciso ir longe para perceber isso. Se você for ao sul da Europa, encontra fantásticas nações do futebol, uma depois da outra. Mas elas não estão muito entusiasmadas com esse processo de reforma e prefeririam jogá-lo fora o mais rápido possível." No entanto, ele disse que as mudanças recentes no comitê-executivo da Fifa poderiam levar a uma eventual reforma.

"Entre um quarto e um terço do comitê-executivo foi modificado", disse. "Muitos dos recém-chegados são vencedores nesse movimento de governança, eles querem ver mudanças e isso vai trazer mudanças." Algumas reformas sugeridas por Pieth foram implementadas, incluindo o estabelecimento de um comitê de ética independente, assim como um comitê de auditoria e adequação.

Por outro lado, a Fifa falhou em implementar outras propostas, entre elas a restrição de mandatos e limites de idade para altos dirigentes.

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