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Proibição de emagrecedores divide consumidores

Os pacientes poderão usar remédios derivados de sibutramina para emagrecer somente após assinarem termo de responsabilidade

Subir nível do colesterol bom não reduz risco de doenças cardiovasculares (Loic Venance/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2011 às 21h05.

Brasília – A proibição de remédios para emagrecer à base de anfetaminas e a restrição dos medicamentos derivados de sibutramina está dividindo a opinião dos consumidores. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a falta de evidências científicas sobre a eficácia dos medicamentos pode comprometer a saúde dos pacientes, o que justifica a medida.

A publicitária Lucinda Ulhoa, 32 anos, concorda com a posição da Anvisa. Durante alguns anos, ela usou remédios à base de anfetamina e de sibutramina, mas não alcançou os efeitos esperados. “Acho que faz sentido [a proibição]. Esses remédios têm efeito momentâneo, tiram a fome, mas depois o organismo fica viciado. E é só parar de tomar que a pessoa engorda o dobro.”

No entanto, Lucinda faz uma advertência; a determinação da Anvisa pode ter o efeito inverso e se tornar um risco à saúde das pessoas que querem emagrecer. “Não é essa proibição que vai fazer as pessoas procurarem pela cirurgia de redução de estômago. Elas vão procurar [os remédios] por baixo dos panos e isso traz muitos riscos à saúde.”

As novas regras da Anvisa estão deixando os pacientes que usam os medicamentos proibidos inseguros. É o caso da assistente de atendimento Juliane Melo, 24 anos, que usa sibutramina há seis anos para ajudar no tratamento de hipotireoidismo e compulsão alimentar. “Acho sem sentido a Anvisa proibir ou restringir, porque um obeso deixa de ser obeso tomando a sibutramina.”

Juliane acredita que a agência deveria promover campanhas educativas, em vez de proibir a medicação. “Se você educa a população, evita o uso indiscriminado. Podia fazer campanha mostrando os malefícios, mas não proibir.”


Desde fevereiro, quando a Anvisa lançou a proposta de tirar esses remédios do mercado, sociedades médicas se posicionaram contra a ideia. De acordo com a endocrinologista e membro da Associação Brasileira de Estudos sobre Obesidade (Abeso), Maria Edna de Melo, sem esses medicamentos os pacientes obesos ficam sem possibilidade de tratamento.

“O tratamento da obesidade é muito difícil e as respostas às medicações são individuais. Temos alguns que respondem à sibutramina e outros à anfepramona. Se sair do mercado, não tem outra opção”, disse a médica.

Segundo a endocrinologista, as restrições ao uso de sibutramina não foram muito claras. Os pacientes poderão usar remédios derivados de sibutramina para emagrecer somente após assinarem termo de responsabilidade. “Eles [diretores da Anvisa] falaram que, para prescrever o medicamente, temos de ter esse documento, mas quem vai controlar isso? Se a Anvisa não controla nem a venda vai controlar essas restrições?”

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Brasília – A proibição de remédios para emagrecer à base de anfetaminas e a restrição dos medicamentos derivados de sibutramina está dividindo a opinião dos consumidores. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a falta de evidências científicas sobre a eficácia dos medicamentos pode comprometer a saúde dos pacientes, o que justifica a medida.

A publicitária Lucinda Ulhoa, 32 anos, concorda com a posição da Anvisa. Durante alguns anos, ela usou remédios à base de anfetamina e de sibutramina, mas não alcançou os efeitos esperados. “Acho que faz sentido [a proibição]. Esses remédios têm efeito momentâneo, tiram a fome, mas depois o organismo fica viciado. E é só parar de tomar que a pessoa engorda o dobro.”

No entanto, Lucinda faz uma advertência; a determinação da Anvisa pode ter o efeito inverso e se tornar um risco à saúde das pessoas que querem emagrecer. “Não é essa proibição que vai fazer as pessoas procurarem pela cirurgia de redução de estômago. Elas vão procurar [os remédios] por baixo dos panos e isso traz muitos riscos à saúde.”

As novas regras da Anvisa estão deixando os pacientes que usam os medicamentos proibidos inseguros. É o caso da assistente de atendimento Juliane Melo, 24 anos, que usa sibutramina há seis anos para ajudar no tratamento de hipotireoidismo e compulsão alimentar. “Acho sem sentido a Anvisa proibir ou restringir, porque um obeso deixa de ser obeso tomando a sibutramina.”

Juliane acredita que a agência deveria promover campanhas educativas, em vez de proibir a medicação. “Se você educa a população, evita o uso indiscriminado. Podia fazer campanha mostrando os malefícios, mas não proibir.”


Desde fevereiro, quando a Anvisa lançou a proposta de tirar esses remédios do mercado, sociedades médicas se posicionaram contra a ideia. De acordo com a endocrinologista e membro da Associação Brasileira de Estudos sobre Obesidade (Abeso), Maria Edna de Melo, sem esses medicamentos os pacientes obesos ficam sem possibilidade de tratamento.

“O tratamento da obesidade é muito difícil e as respostas às medicações são individuais. Temos alguns que respondem à sibutramina e outros à anfepramona. Se sair do mercado, não tem outra opção”, disse a médica.

Segundo a endocrinologista, as restrições ao uso de sibutramina não foram muito claras. Os pacientes poderão usar remédios derivados de sibutramina para emagrecer somente após assinarem termo de responsabilidade. “Eles [diretores da Anvisa] falaram que, para prescrever o medicamente, temos de ter esse documento, mas quem vai controlar isso? Se a Anvisa não controla nem a venda vai controlar essas restrições?”

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