De braços abertos (Fábio Arantes/Secom Prefeitura de São Paulo)
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2016 às 17h37.
Última atualização em 29 de novembro de 2016 às 21h07.
Luciana de Toledo Temer Lulia, 47 anos, a filha mais velha dos cinco filhos do presidente Michel Temer, é quem comanda a Secretaria de Assistência Social da Prefeitura de São Paulo no governo Fernando Haddad.
Em entrevista ao Estado de S. Paulo nesta segunda-feira (7), ela comparou os projetos Braços Abertos, da atual gestão, com a proposta de implementar o Recomeço, do governo Geraldo Alckmin (PSDB).
A gestora da prefeitura, classificou a iniciativa do Braços Abertos - que garante trabalho remunerado para usuários de crack - como "revolucionário".
"O De Braços Abertos é um programa revolucionário, do ponto de vista do poder público. ONGs do mundo inteiro vêm trabalhando, há muito, com o processo de redução de danos no enfrentamento ao uso abusivo de drogas. E com uma lógica não repressiva, mas acolhedora. A ideia foi convidar as pessoas a uma nova vida – foi a oferta que fizemos nas primeiras conversas com eles", disse ela à coluna da jornalista Sonia Racy.
Ela lembrou ainda a pesquisa da Fiocruz divulgada em outubro que indica que a maioria dos usuários de crack estão em posição socialmente vulnerável.
"O menino de família classe média, média alta, mas bem estruturada, você vai lá, desintoxica e quando ele volta há todo um processo de acolhimento pra ele superar a questão", ponderou Luciana Temer.
Se precisasse escolher entre o Braços Abertos e o Recomeço, ela ficaria com a iniciativa de Fernando Haddad.
"Não tenho nenhuma restrição ao Recomeço, que é mais focado na questão da internação e da abstinência. Acho que são programas complementares. Se você me perguntar em qual acredito mais, não tenho dúvida: é no De Braços Abertos, pelas razões que já expus. Mas não sou contra o Recomeço".
O programa
Um relatório divulgado em junho revela que 65% dos 467 beneficiários (36% de mulheres e 64% de homens) do De Braços Abertos diminuíram o uso de crack na região da Luz, que acabou conhecida como Cracolândia.
Lançado em janeiro de 2014, o programa de redução de danos da prefeitura de São Paulo oferece um quarto de hotel, três refeições diárias e trabalho de varrição de vias para usuários de crack. São pagos R$ 15 por dia trabalhado aos dependentes químicos do bairro.