Brasil

Procuradoria denuncia Jorge Zelada mais uma vez por corrupção

Segundo a acusação da Procuradoria da República, em 2006, o aditivo 03 acrescentou US$ 67,5 milhões aos custos do contrato da P-50

Jorge Zelada: o ex-diretor da Petrobras está preso em Curitiba, base da Operação Lava Jato, desde julho de 2015 (Geraldo Magela/Reuters)

Jorge Zelada: o ex-diretor da Petrobras está preso em Curitiba, base da Operação Lava Jato, desde julho de 2015 (Geraldo Magela/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de novembro de 2016 às 13h26.

São Paulo - O Ministério Público Federal, no Rio, denunciou o engenheiro Jorge Luiz Zelada, que ocupou os cargos de ex-gerente-geral e de ex-diretor da área internacional da Petrobras, e os executivos Julio Faerman e Luís Eduardo Campos Barbosa da Silva, por corrupção em aditivo do contrato da Plataforma P-50.

Segundo a acusação da Procuradoria da República, em 2006, o aditivo 03 acrescentou US$ 67,5 milhões aos custos do contrato da P-50, em benefício da Jurong Shipyard Pte. Ltd. (JSPL).

Naquele ano, Zelada era gerente-geral de implantação de empreendimentos para exploração, produção e transporte marítimo da Petrobrás.

A denúncia aponta que "por ocupar cargo de confiança e possuir informações privilegiadas, Zelada orientou Faerman e Luis Eduardo sobre a negociação do aditivo contratual entre a estatal e a Jurong".

Em troca, o engenheiro teria recebido na Suíça pelo menos US$ 3,3 milhões.

"Zelada orientou Faerman e Luis Eduardo quanto aos argumentos que a Petrobras aceitaria em questões como as versadas na negociação, auxiliando nos resultados obtidos contra a empresa que o empregava, tendo praticado ato de ofício no procedimento, em conflito de interesses, e violado dever funcional quando ocupava cargo de chefia", destacam os procuradores da República Renato Oliveira, Daniela Sueira, Leonardo Freitas e Rodrigo Lines, autores da denúncia.

Para o Ministério Público Federal, houve não só corrupção, mas também a prática de delitos de lavagem de dinheiro, pois "nesses pagamentos indevidos, os valores provenientes de infração penal contra a Administração Pública tiveram sua natureza, origem, localização, movimentação e propriedade ocultada e dissimulada, inclusive com a utilização de sociedades offshore constituídas em paraísos fiscais".

Na denúncia, Jorge Luiz Zelada é acusado de corrupção passiva, com pena prevista de reclusão de 2 a 12 anos e multa.

Por lavagem de dinheiro, ele ainda está sujeito às penas de reclusão de 3 a 10 anos e multa. Julio Faerman e Luís Eduardo Campos Barbosa da Silva são acusados de corrupção ativa, com penas de 2 a 12 anos, além das sanções previstas por lavagem de dinheiro (art. 1º da Lei 9.613/1998).

Jorge Zelada está preso em Curitiba, base da Operação Lava Jato, desde julho de 2015. Em fevereiro deste ano, Zelada foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a 12 anos e dois meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-diretor foi acusado de aceitar propina para favorecer a contratação, em 22 de janeiro de 2009, da empresa Vantage Drilling Corporation para afretamento do navio sonda Titanium Explorer pela Petrobrás ao custo de US$ 1,81 bilhão.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoOperação Lava JatoPetrobras

Mais de Brasil

STF mantém prisão de Daniel Silveira após audiência de custódia

Suspeitas de trabalho análogo à escravidão em construção de fábrica da BYD na Bahia

PF abre inquérito para apurar supostas irregularidades na liberação de R$ 4,2 bilhões em emendas

Natal tem previsão de chuvas fortes em quase todo o país, alerta Inmet