Primeiro leilão de privatização portuária acontece nesta quarta na B3
Dois grupos, liderados pela Vinci Partners e Qadra Capital, estão na disputa; vencedor terá que investir mais de 1 bilhão de reais na concessão e assumir ações que hoje pertencem à União
Carla Aranha
Publicado em 30 de março de 2022 às 06h00.
O primeiro leilão de privatização portuária no país está programado para esta quarta, dia 30, na sede da B3, em São Paulo. A desestatização da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) deverá ser disputada por dois grupos, liderados pela Vinci Partners e Qadra Capital, gestora criada há cinco anos que possui cerca de 6 bilhões de reais em ativos.
O vencedor se compromete a comprar as ações da companhia que pertencem à União, avaliadas em 325,8 milhões de reais. Outra obrigação diz respeito a investimentos diretos de 334,8 milhões de reais e 1 bilhão de reais relativos ao custeio de despesas operacionais. Em troca, o grupo vencedor terá direito à concessão, por 35 anos, dos portos de Vitória e Barra do Riacho, no Espírito Santo. Desta vez, a outorga terá um valor simbólico, de 1 real, e leva a concessão quem oferecer o maior ágio.
Com a privatização, a expectativa é que o porto de Vitória dobre a capacidade de movimentação de carga, atualmente estimada em cerca de 7 milhões de toneladas por ano. Para o terminal de Barra do Riacho, está prevista a exploração de novas áreas – pelo menos 522 mil quadrados deverão ser desenvolvidos, de acordo com o governo.
O modelo de desestatização da Codesa é visto como um teste para algo bem maior, o leilão do porto de Santos, previsto para o final do ano. Na visão do governo, o objetivo das privatizações portuárias é “deixar o Brasil mais competitivo da porta para fora”, como tem declarado o ministro da infraestrutura, Tarcísio de Freitas.
O evento na B3 deverá representar a despedida de Tarcísio da pasta que comandou por quase quatro anos – está prevista a presença do ministro no leilão. Nos próximos dias, ele deve deixar o governo para apresentar oficialmente sua candidatura ao governo do estado de São Paulo. Nesta segunda, dia 28, o ministro se filiou ao Republicanos. Marcelo Sampaio, atual secretário-executivo da pasta, deverá substituir Tarcísio – a troca está prevista para quinta, dia 31.