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No primeiro debate em SP, candidatos focam em Nunes e trocam acusações

Encontro entre candidatos à prefeitura de São Paulo foi marcado por ataques e acusações

Candidatos durante debate da Band para a prefeitura de São Paulo na quinta-feira, 8. (Band/YouTube/Reprodução/Reprodução)

Publicado em 8 de agosto de 2024 às 23h47.

Última atualização em 9 de agosto de 2024 às 00h50.

A Band realiza nesta quinta-feira, 8, o primeiro debate com candidatos à prefeitura da cidade de São Paulo. O encontro foi marcado por acusações e ataques entre os postulantes, em especial ao atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que lideram as pesquisas. Eles foram os mais atacados por Pablo Marçal (PRTB), o candidato mais vocal no embate. Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB) direcionaram seus ataques a Nunes.

Na primeira pergunta, o jornalista Eduardo Oinegue questionou os candidatos sobre a situação da chamada “Cracolândia”, que persiste no centro de São Paulo há pelo menos três décadas.

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Primeiro a responder, Nunes valorizou sua gestão e falou em projetos de revitalização e destacou uma frente de valorização pelo turismo. Os demais candidatos utilizaram o tempo para criticar a gestão do prefeito no tema.

No primeiro debate como candidato, Datena aproveitou para se apresentar ao eleitorado como o candidato que “há 26 anos conhece sua dor”. E afirmou que o Centro descrito por Nunes é o “centro de outra cidade”. “Não é só da Cracolândia, São Paulo está destruída”, afirmou.

Com o mote de “cidade abandonada”, que tem usado em suas campanhas, Boulos também rebateu o chefe do Executivo paulista, afirmando que São Paulo “precisa de mudança” e, no caso do Centro, transformação de prédios abandonados em produtivos e fomentava o do comércio e turismo na região. “Todas as cidades que recuperaram seus centros, investiram em seu patrimônio”, afirmou.

Embates diretos

Na parte do debate em que os candidatos tinham embate direto, Marçal direcionou seus ataques contra Nunes e Boulos.

Em um dos momentos de dobradinha, Datena direcionou uma pergunta para Boulos, mas usou o seu tempo para criticar a gestão Nunes. Boulos, na resposta, também atacou o atual prefeito e apresentou propostas para saúde. Na tréplica, Datena cutucou Boulos ao falar sobre o julgamento no conselho de ética sobre a acusação de rachadinha contra o deputado federal André Janones, que o psolista foi relator, e da defesa de Boulos ao governo de Nicolas Maduro na Venezuela.

Direitos de resposta e ataques

No meio do debate, Nunes chegou a pedir dois direitos de resposta, que foram negados.

Quando questionado por Tabata sobre acusações na Justiça, Marçal elevou o clima do debate ao fazer ataques a deputada e criticar todos os outros adversários.

Boulos teve direito de resposta aprovado e disse que iria publicar em suas redes a suposta condenação de Pablo Marçal na Justiça.

Segundo bloco

No segundo bloco, quando as perguntas aos candidatos foram direcionadas pelos jornalistas, forçaram os candidatos a adotar um tom mais comedido.

Com isso, ganharam espaço propostas nas áreas de segurança pública, transporte e planejamento urbano.

Datena voltou a mirar o atual prefeito, apontando que as promessas de seu antecessor, Bruno Covas (PSDB), morto em 2020, não foram cumpridas pelo vice.

Sem muito destaques para outros candidatos, Tabata, que ficou mais apagada no primeiro momento, pôde explorar o que fazer com o Minhocão e movimentou a plateia ao ironizar Marçal.

Ao explorar a situação da via no centro da capital, e defender a proposta de plebiscito sobre o tema, ouviu de Marçal que o plano seria “incompetente”.

Ao que a candidata do PSB rebateu, minimizando as propostas do adversário do PRTB para o local. “São Paulo não está precisando de carro voador, gente que diz que dá murro em tubarão, é o 00171 goiano. É preciso gente que de fato conhece São Paulo, que conhece a periferia”, parafraseou, fazendo referência ao filme “007” e arrancando risadas da plateia.

Novos embates

No terceiro bloco, novamente os candidatos tiveram a chance do embate direto.

O primeiro a perguntar foi Marçal, que questionou Boulos sobre supostas ligações com ditaduras de esquerdas no mundo. Na resposta, Boulos voltou a afirmar que o influenciador foi condenado por roubo a banco em Goiás e chamou o candidato do PRTB de psicopata.

“Falta de qualidade política para o candidato. Ele sabe nada de São Paulo e da minha vida”, disse.

O influenciador pediu direto de resposta, que foi negado pela produção do debate.

Na sua vez de perguntar, Nunes questionou Datena sobre propostas relacionadas ao meio ambiente.

O apresentador criticou a gestão de Nunes por, segundo Datena, "deixar o Primeiro Comando da Capital (PCC) administrar os ônibus" da cidade de São Paulo. Nunes pediu o direito de resposta, que foi concedido.

Na sua vez de perguntar, Boulos fez uma nova dobradinha com Datena para criticar Nunes. O deputado questionou sobre a concessão dos cemitérios na cidade. O apresentador criticou a administração municipal e disse que se for eleito irá desfazer a medida. Além disso, Datena disse que não votaria nem em Nunes e nem em Boulos, e que é o único candidato independente na disputa.

No embate direto entre Tabata e Nunes, a candidata do PSB questionou se o atual prefeito havia agredido sua mulher, Regina Carnovale Nunes. Segundo a Secretaria de Segurança de São Paulo, a mulher registrou um boletim em 2011 na Delegacia da Mulher por ameaças feitas pelo marido.

Da plateia, a esposa de Nunes se indignou, e ao levantar foi contida por assessores. Tenso, Nunes afirmou que nunca "levantou um dedo para a esposa". "Queria te pedir respeito em nome da minha esposa e das mulheres, da minha família. Nunca levantei um dedo para minha mulher, te peço respeito e consideração”, disse o prefeito, em resposta a Tabata.

A resposta do prefeito com relação à agressão não foi rebatida pela deputada federal, que passou a abordar o tema da fila por exame na saúde pública e a suspeita de que a teria furado na realização de um exame de endoscopia.

Nunes disse ser positivo a utilização de um equipamento público por um agente do Estado. “É uma forma de mostrar a toda a minha equipe o que estamos fazendo pelo serviço público", afirmou.

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