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PRF desfaz bloqueios e prende manifestantes no Sul

Mesmo com a sanção pela presidente da nova Lei dos Caminhoneiros, manifestantes mantinham bloqueios em rodovias de quatro Estados hoje

Polícia Rodoviária Federal prende manifestantes que bloqueavam rodovias no Rio Grande do Sul (Polícia Rodoviária Federal/Fotos Públicas)

Polícia Rodoviária Federal prende manifestantes que bloqueavam rodovias no Rio Grande do Sul (Polícia Rodoviária Federal/Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2015 às 20h35.

Sorocaba - Mesmo com a sanção pela presidente Dilma Rousseff da nova Lei dos Caminhoneiros que isenta de pedágio o eixo suspenso de caminhões vazios e perdoa as multas por excesso de peso dos últimos dois anos, manifestantes mantinham bloqueios e manifestações em rodovias de quatro Estados nesta segunda-feira, 2.

No Rio Grande do Sul, homens da tropa de choque da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Força Nacional de Segurança entraram em confronto com manifestantes no final da tarde, na BR-116, em Camaquã, região sul do Estado. A polícia usou bombas de gás e de efeito moral para dispersar manifestantes. Uma pessoa foi presa.

Outras 18 pessoas foram presas, acusadas de descumprimento da liminar da Justiça que proíbe manifestações em estradas. A PRF confirmou 45 pontos de manifestações em estradas gaúchas, sendo 18 em rodovias federais, das quais 13 com bloqueios de pistas, e 27 em vias estaduais, com dois trechos interditados.

Onze prisões ocorreram na BR-392, incluindo funcionários de um posto de combustível que incentivavam os bloqueios. Outras sete pessoas foram detidas na BR-386 - uma delas estava com garrafas PET cheias de gasolina. Em Cerro Largo, noroeste gaúcho, uma carreata conclamou moradores a apoiar os caminhoneiros. Não há gasolina nos postos da cidade.

Com o aumento na ação policial, os protestos de caminhoneiros ficaram reduzidos a cinco pontos de bloqueios, nesta segunda-feira, em rodovias federais de Santa Catarina. Mesmo assim, as cargas eram impedidas de chegar aos portos de Itajaí e Navegantes, pois os caminhoneiros se postaram estrategicamente nas vias de acesso.

Levantamento da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc) na região oeste do Estado, a mais afetada pelos bloqueios, constatou a perda de 42 milhões de litros de leite em uma semana de protestos. Na pecuária, atrasos na entrega de rações afetaram a criação de 100 milhões de aves e 5,5 milhões de suínos.

Também se tornaram esparsos os bloqueios no Paraná, onde apenas quatro pontos de interrupção no tráfego persistiam à tarde em rodovias federais. Os problemas decorrentes de 11 dias de protestos persistiam. A Associação Paranaense de Supermercados informou serem necessários 15 dias para que o abastecimento de indústrias e fornecedores seja normalizado. No Porto de Paranaguá, a interrupção na chegada de caminhões causou atraso no carregamento de navios.

Depois de terem suspendido os protestos, caminhoneiros voltaram a bloquear trechos da BR-163 entre Lucas do Rio Verde e Sinop, na região norte de Mato Grosso, principal produtor de soja do país. Os motoristas protestam contra a alta no diesel e querem reajuste no frete.

À tarde, três pontos da rodovia estavam parcialmente bloqueados - só passavam automóveis e caminhões com cargas perecíveis. O Estado criou um gabinete de crise para intermediar as negociações entre as partes, inclusive o governo federal.

Manifestações pontuais ocorreram em outros dois Estados. No oeste do Estado de São Paulo, um grupo de caminhoneiros voltou a ocupar a SP-249, interditando o acesso a Tupi Paulista. Também foi interditada a rodovia Raposo Tavares (SP-270), em Palmital, no sudoeste paulista. Houve congestionamento de 11 quilômetros nos dois sentidos. O bloqueio durou das 7h30 às 17 horas, quando a estrada foi liberada.

Em Goiás, motoristas de caminhão fecharam a rodovia GO-010 próximo de Silvânia, mas a pista foi liberada no início da tarde. (José Maria Tomazela, Lucas Azevedo, Tomás Petersen, Fátima Lessa, Júlio Cesar Lima, Chico Siqueira e Sandro Villar)

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