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Pressão das ruas e PMDB esquentam impeachment nessa semana

E não é só das ruas que vêm as pressões sobre o governo. Em convenção nacional no sábado, o PMDB deu uma espécie de "aviso prévio" para o governo


	Dilma Rousseff: a convenção já aprovou, no entanto, uma moção proibindo peemedebistas de assumirem qualquer novo cargo no governo
 (Ueslei Marcelino / Reuters)

Dilma Rousseff: a convenção já aprovou, no entanto, uma moção proibindo peemedebistas de assumirem qualquer novo cargo no governo (Ueslei Marcelino / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2016 às 09h39.

São Paulo - As gigantescas manifestações contra o governo no domingo serão importante combustível para o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que deve voltar a andar nesta semana depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) analisar os recursos apresentados pela Câmara dos Deputados ao rito definido pelos ministros da corte.

E não é só das ruas que vêm as pressões sobre o governo. Em convenção nacional no sábado, o PMDB deu uma espécie de "aviso prévio" para o governo.

Apesar de não ter formalizado o desembarque da administração Dilma Rousseff, o maior partido da coalizão governista anunciou que em até 30 dias a Executiva da legenda irá apreciar as moções que pedem a saída do governo ou pelo menos a declaração de independência das bancadas no Congresso.

"É importante esse tempo para que se possa ouvir e fazer um convencimento para ser uma posição de todos”, disse o senador Romero Jucá (PMDB-RR).

“Se rompermos hoje, amanhã os ministros não entregam o cargo e vai cada um para um lado”, acrescentou, ressaltando que hoje a maioria quer a saída do governo.

A convenção já aprovou, no entanto, uma moção proibindo peemedebistas de assumirem qualquer novo cargo no governo.

O PMDB tem não apenas o vice-presidente da República, Michel Temer, que é também o presidente do partido, como seis ministros, para ficar apenas no primeiro escalão do governo.

No dia seguinte do "aviso prévio" do PMDB, ocorreram os maiores protestos contra o governo até agora. Segundo cálculos da Polícia Militar os participantes somaram cerca de 3 milhões em todo o país.

Em São Paulo, o instituto Datafolha calculou a participação de 500 mil pessoas na região da Avenida Paulista, na maior manifestação já registrada na cidade, superando ato pelas Diretas Já em 1984 -- as maiores até então.

"Estou aqui com minha mulher e meus filhos para mostrar que estamos indignados com o presente e precisamos fazer algo para o futuro dos nossos filhos e jovens", disse o comerciante Carlos Andrade, que participou das manifestações no Rio de Janeiro.

Tendo como alvo principal o governo Dilma, os manifestantes também protestaram contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo de investigações da operação Lava Jato e de pedido de prisão preventiva do Ministério Público de São Paulo, contra a corrupção em geral e a favor do juiz Sérgio Moro.

Para o governo, o resultado não poderia ser pior. Com um Congresso ainda relativamente dividido sobre o impeachment, manifestações tão grandes pouco dias antes do processo voltar a andar servirão para pressionar os parlamentares que ainda se mostram dispostos a defender o mandato de Dilma.

Na quarta-feira, o Supremo analisa os embargos declaratórios feitos pela Câmara dos Deputados à decisão tomada pela corte em dezembro, que definiu o rito de impeachment de um presidente da República e anulou passos dados anteriormente pela Casa.

Ao entrar com os embargos, os advogados da Câmara, presidida pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apontaram que o STF interferiu em questões internas da Casa.

Cunha já disse que espera apenas a decisão do STF sobre seus recursos para dar prosseguimento ao processo de impeachment.

O único alívio que o governo pode ter virá mais para o final da semana. Estão marcadas para sexta-feira manifestações em defesa do mandato de Dilma e de Lula.

Mas mesmo nelas, não haverá muito refresco. Os organizadores prometem criticas à política econômica e a bandeiras do governo, como a reforma da Previdência.

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