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Presidente municipal do PSDC é preso por racismo

Adriano Giovanni Pieroni xingou dois guardas civis municipais e chamou um deles de "macaco"

"Ele estava transtornado. Ainda me chamou de 'preto' e 'macaco'", disse o guarda civil Jucélio Silva, de 38 anos, sobre o político (Divulgação/PSDC)

"Ele estava transtornado. Ainda me chamou de 'preto' e 'macaco'", disse o guarda civil Jucélio Silva, de 38 anos, sobre o político (Divulgação/PSDC)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2012 às 07h04.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2018 às 19h17.

São Paulo - O presidente do diretório municipal do Partido Social Democrata Cristão (PSDC) em Santo André, no ABC, Adriano Giovanni Pieroni, de 48 anos, foi preso, às 21h30 de ontem, após xingar dois guardas civis municipais e chamar um deles de "macaco", em frente ao velório municipal de São Caetano do Sul, também no ABC, localizado na Rua Rio Grande do Sul, no bairro Santo Antonio, próximo ao centro da cidade.

Os guardas Edemir Edinor da Silva e Jucélio Silva, que trabalham na base localizada na Alameda São Caetano, no bairro Santa Maria, estavam de serviço desde as 18h em frente ao velório, onde cinco pessoas eram veladas naquele momento, entre elas o primo de Pieroni, assassinado com vários tiros no rosto. Segundo os guardas, a namorada de Adriano disse que ele, momentos antes, havia tomado três doses de vodca na padaria localizada a 70 metros do velório.

Revoltado com a morte do primo, o político, ao ver a viatura parada em frente ao velório, dirigiu-se até os dois guardas e começou a ofendê-los com palavrões. "Ele estava transtornado. Ainda me chamou de 'preto' e 'macaco'", disse o guarda civil Jucélio Silva, de 38 anos.

Sem ser algemado e dominado sem uso de truculência, Pieroni foi colocado dentro da viatura e levado para o Distrito Policial Sede de São Caetano. "Cinco velórios ocorriam naquele momento e várias pessoas saíram para ver o que ocorria", acrescentou Silva.

Ao chegar na delegacia, Adriano disse ao delegado Sérgio Vidal que havia sido agredido pelos guardas, o que, segundo a Polícia Civil, não ocorreu, Até as 2h15 desta madrugada, o acusado ainda estava no Hospital Municipal Central, na Avenida Kennedy, onde passou por exame de corpo de delito - para averiguar se havia alguma marca de agressão - e por exame de sangue, para medir o teor de álcool no sangue.

O político, até o término desta reportagem, segundo a polícia, havia sido autuado por injúria racial e desacato. Não havia sido confirmado pela polícia se Pieroni já atuou como policial militar (ele dissera ter sido da corporação). Pelo fato do racismo ser um crime inafiançável, Adriano deve ficar preso e aguardar decisão judicial.

Tentativa de assassinato - Em junho de 2011, Adriano Giovanni Pieroni foi preso ao invadir, armado com uma faca, a mesma base da guarda civil onde Edemir e Jucélio trabalham. A esposa de Adriano, após discutir com o marido, foi perseguida por ele e se refugiou dentro da base.


Horas antes, a vítima já havia registrado boletim de ocorrência contra Adriano por violência doméstica. Ao retornar para a casa, teve início uma nova discussão entre o casal. A mulher, acompanhada da mãe e duas filhas, entrou num dos carros da família e foi embora, mas acabou perseguida por Pieroni, que ao volante do outro carro, bateu contra a traseira do veículo da esposa.

Ao ver a base da Guarda Civil Municipal (GCM), ela parou o carro e entrou no posto para pedir ajuda aos agentes municipais, momento em que o político invadiu o local armado com uma faca. Dominado com uso de spray de pimenta, Pieroni, visivelmente embriagado, ainda chutou a viatura da GCM e foi levado para a delegacia, onde parentes registraram boletim de ocorrência acusando-o de agressão também contra a sogra.

Na ocasião, ele foi autuado por violência doméstica, ameaça, desacato, injúria, dano ao patrimônio e embriaguez ao volante.

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