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Presidente do PSL diz que reforma da Previdência pode ser votada em 2018

Ao contrário do que fala a equipe de Jair Bolsonaro, o presidente do partido Luciano Bivar acredita que há chances de votar a reforma proposta por Temer

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL-RJ) e o fundador do PSL, Luciano Bivar (PSL/Divulgação)

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL-RJ) e o fundador do PSL, Luciano Bivar (PSL/Divulgação)

AJ

André Jankavski

Publicado em 29 de outubro de 2018 às 21h33.

Última atualização em 28 de outubro de 2019 às 18h18.

O deputado eleito Luciano Bivar (PSL-PE), recém-empossado como presidente do partido de Jair Bolsonaro, afirmou que ainda enxerga como possível que a reforma da Previdência seja votada esse ano. “Durante a transição de governo teremos mais detalhes da reforma e há a possibilidade de votar a reforma proposta por Temer”, disse ele à EXAME.

Segundo o presidente do PSL, que também é fundador do partido, a partir de agora ocorrerá uma análise técnica da PEC-287. A meta é fazer uma reforma que levará em conta os direitos adquiridos e a parte social. “Não podemos fazer nada que seja inexequível”, diz ele. “Mas vamos analisar a fundo nessa reforma e não está descartada que a votação ocorra em novembro ou início de dezembro.”

O discurso entra em conflito com o que lideranças ligadas ao presidente eleito têm discursado. Nesta segunda-feira 29, o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), já anunciado como futuro ministro-chefe da Casa Civil, chamou a reforma de “remendo”. Em entrevista a EXAME, o deputado federal e futuro senador Major Olímpio também negou a possibilidade de votar a reforma neste ano.

Bivar ainda pregou que as bancadas da Câmara e do Senado do PSL sejam independentes ao governo de Jair Bolsonaro. “É claro que nós temos consideração à opinião do presidente, mas legislativo e executivo têm que caminhar separadamente”, diz Bivar.

Outra questão que pode trazer um conflito entre a liderança do partido e membros do governo Bolsonaro é a presidência da Câmara. Bivar acredita que, levando em conta o histórico da Casa, o maior partido que está no poder deveria liderar o Congresso. O nome de Bivar já foi ventilado como um possível candidato. “Vamos levar esse tema para a reunião de bancada do PSL, que deve ocorrer na semana que vem”, afirma Bivar. Uma ala ligada ao presidente eleito Bolsonaro defende a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ).

De olho em 2022

Bivar também afirma que a sua missão como fundador e presidente do partido é não transformar o PSL em um novo PRN, partido do ex-presidente Fernando Collor. Após o impeachment de Collor, o partido foi perdendo adesão e relevância. “O partido só terá substância se tiver uma ideia de governo e de país”, diz o deputado federal eleito.

Uma das preocupações de Bivar é a vontade de Bolsonaro de permanecer por apenas quatro anos no cargo. Para fortalecer a legenda, Bivar defende que Bolsonaro já pense na sua reeleição em 2022. “Ele só quer ficar por quatro anos, apesar dos meus protestos. Por isso precisamos de um partido que seja perene”, afirma ele.

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