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Prefeitura quer esterilizar capivaras que vivem às margens do Pinheiros

Maior roedor do mundo, pesando até 90 quilos, a capivara pode ser agente de transmissão de doenças e causar acidentes de trânsito

foto de capivaras nas mediaçoes do alvorada (José Cruz/Agência Brasil)

foto de capivaras nas mediaçoes do alvorada (José Cruz/Agência Brasil)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 3 de maio de 2023 às 10h48.

A Prefeitura de São Paulo tem plano de esterilizar as capivaras que vivem às margens do Rio Pinheiros, na capital, para evitar o aumento na população desses animais. Maior roedor do mundo, pesando até 90 quilos, a capivara pode ser agente de transmissão de doenças e causar acidentes de trânsito, segundo os envolvidos no projeto. Ao mesmo tempo, os animais são uma atração à parte para os paulistanos que utilizam as ciclovias do Rio Pinheiros e do Parque Bruno Covas.

O plano de castração está sendo discutido no momento em que um animal da espécie entrou no debate nacional após o Ibama, órgão federal do meio ambiente, ter multado o influencer Agenor Tupinambá e mandado entregar para um centro de animais silvestres a capivara Filó, uma fêmea que ele criava como animal de estimação, no Amazonas. A Justiça, no entanto, deu liminar para que a capivara permaneça com ele. O processo ainda aguarda julgamento.

Em São Paulo, já são cerca de 120 capivaras vivendo ao longo dos 24 quilômetros do Rio Pinheiros, segundo o Centro de Apoio e Proteção Animal (Projeto Capa), ONG que há três anos monitora e protege os roedores. De acordo com a Divisão da Fauna Silvestre do Município, embora elas não sejam consideradas um problema, podem vir a ser, caso a população continue crescendo. A área em que vivem é altamente urbanizada e margeada por vias de tráfego intenso, como a Marginal do Pinheiros.

Conforme a presidente da ONG, Mariana Aidar, o aumento populacional pode levar as capivaras a uma disputa territorial. "Hoje não existe uma superpopulação, por isso se faz necessária uma intervenção antes que possa virar um problema", disse. Este ano, segundo ela, houve acidentes entre veículos e capivaras na Marginal do Tietê. "Aqui (na Pinheiros) ainda não tivemos."

A ativista explica que não existe a possibilidade de deslocar esses animais para outras áreas. "Cada grupo tem apenas um macho alfa. Quando outro macho tenta se aproximar da área, eles brigam e podem se ferir gravemente." A esterilização, segundo a ativista, evita a procriação, mas não tira dos indivíduos a natureza de ficar em grupo.

Carrapato

Outro risco potencial das capivaras é a transmissão da febre maculosa, doença grave que pode levar a óbito. O roedor é hospedeiro do carrapato estrela, transmissor dessa doença. "Até agora, não encontramos a bactéria Rickettsia rickettsii, causadora da doença, mas a orientação é para que a população não se aproxime dos animais", afirmou a ativista.

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