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Preços não afastam torcedores do time mais querido do mundo

Flamengo está próximo de ter o maior dia de pagamento na história da Copa do Brasil, depois de anular um mandado judicial para reduzir preço de ingressos

Torcedora do Flamengo com faixa de campeão da Copa do Brasil durante partida no Maracanã: final será contra o Atlético Paranaense (Ricardo Ramos/Getty Images)

Torcedora do Flamengo com faixa de campeão da Copa do Brasil durante partida no Maracanã: final será contra o Atlético Paranaense (Ricardo Ramos/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2013 às 15h33.

Rio de Janeiro - Não são os preços recordes dos ingressos os que impedem Adriana Oliveira de assistir a seu amado Flamengo na final da Copa do Brasil. Ela simplesmente não consegue achar um à venda.

“Vi muitas pessoas reclamando dos preços dos ingressos, mas para mim não faz diferença”, disse Oliveira, de 23 anos, que trabalha de garçonete na maior favela da América Latina, a Rocinha. “Pelo Flamengo eu farei tudo. Pagar R$ 300 (US$ 130) por um ingresso seria perfeito”.

Após um ano de redução de custos, o time que se gaba de ser “o clube mais querido do mundo” está próximo na fila para o maior dia de pagamento na história da Copa do Brasil, depois de anular um mandado judicial que almejava reduzir o preço dos ingressos.

Carlos Langoni, vice-presidente de negociação de dívidas do Flamengo, disse que o time ganhará US$ 5 milhões quando jogar na decisiva partida de volta contra o Atlético Paranaense. O jogo será disputado no icônico estádio Maracanã do Rio de Janeiro, sede da final da Copa do Mundo do ano que vem. No primeiro jogo da série, as equipes empataram 1 a 1 em 20 de novembro.

No começo da temporada, o Flamengo devia R$ 750 milhões (US$ 326 milhões), mais do que qualquer outro time no Brasil, e tinha uma reputação de má gestão financeira. Os torcedores votaram por um conselho que incluiu Langoni, ex-presidente do Banco Central, e o presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello, que já foi executivo do BNDES, para organizar as finanças do clube.

Contenção de custos

Há dois dias, o clube disse que conseguiu conter custos e reduzir as perdas, o que não acontecia “há muito tempo”, disse Pedro Daniel, economista especializado em futebol na auditora BDO Brasil.


No mês que vem, espera-se que o Flamengo e outros times assinem um acordo com o governo para pagar R$ 4,5 bilhões em dívidas impositivas acumuladas durante vinte anos, disse Daniel.

Procurar um acordo com o governo pela dívida impositiva não foi fácil, disse Langoni, que foi presidente do Banco Central do Brasil entre 1980 e 1983.

O governo foi duríssimo com o time, disse Langoni. A receita obtida com um novo acordo de patrocínio com a Adidas AG e a renda gerada com os ingressos foram congeladas pelas autoridades. Finalmente, chegou-se a um acordo que permitiu ao Flamengo reter parte da receita e pagar a dívida ao longo do tempo.

Herança do remo

Fundado em 1895 como um clube de remo chamado Clube de Regatas do Flamengo, o time com a camisa rubro-negra voltou nesta temporada a jogar de local no Maracanã, que foi fechado por três anos para uma renovação de R$ 1,1 bilhão.

Os torcedores que apoiaram o novo conselho estão preocupados com que as medidas para pagar a dívida estejam afetando as perspectivas no campo. O time demitiu dois técnicos nesta temporada e é o 11° colocado, mais perto dos candidatos ao rebaixamento do que o campeão Cruzeiro a dois jogos do final. A Copa trouxe certo alívio.

A última batalha do clube teve lugar depois que as autoridades reclamaram que os preços dos ingressos já esgotados para o jogo de hoje à noite dentre US$ 110 e US$ 350, eram abusivos. Isso se compara a uma média de renda real mensal de R$ 1.917 (US$ 835), segundo o IBGE. O Flamengo argumentou com sucesso que seus preços de venda eram justos, dado o interesse pelo jogo.

“Fomos até o juiz e falamos: ‘esta é uma empresa privada’”, disse Langoni. “Não somos uma companhia pública, não estamos falando em transporte rodoviário. Estamos falando sobre um jogo, e queremos fazer dinheiro”.

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