Preço dispara e renda de agricultores pode crescer R$ 5,6 bi
Algodão e milho subiram quase 30% desde julho; alta da soja foi de 15%
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.
A disparada dos preços do algodão, da soja e do milho, que começou no segundo semestre, mudou as perspectivas de plantio e renda dos agricultores. Entre algodão, soja, milho, arroz, feijão e trigo, a safra 2010/2011 pode chegar a 152 milhões de toneladas, com uma receita de 83,9 bilhões de reais, apontam os cálculos da RC Consultores. As projeções consideram as novas intenções de plantio e a elevação dos preços das commodities no mercado internacional.
"A renda da agricultura de grãos em 2011 deve praticamente voltar para o nível de 2009", observa o Fabio Silveira, diretor da consultoria. De 2009 para 2010, a receita encolheu 5,7 bilhões de reais em razão da crise e agora pode crescer 5,6 bilhões de reais.
A subida dos preços agrícolas, desencadeada por quebras de safra no Hemisfério Norte, beneficia os produtores que se preparam para semear a nova safra. Mas também traz incerteza para a inflação, especialmente se a estiagem atual se prolongar.
O preço do algodão é recorde no mercado internacional e subiu quase 30% em reais desde julho. No metade deste mês, a cotação da arroba chegou a 70,15 reais, ante 53,95 reais em julho e 38,22 reais em setembro de 2009. As cotações do milho e da soja também aumentaram. Desde junho, a saca de milho subiu quase 30% em reais e a cotação da soja teve alta de 15% em igual período.
A quebra na safra de algodão do Paquistão, da China e do Brasil e os baixos rendimentos das lavouras dos Estados Unidos, além do consumo aquecido e dos estoques baixos, explicam a elevação dos preços, diz o analista da Agra FNP, Aedson Grelha.
No caso do milho e da soja, a arrancada das cotações começou com a quebra da safra de trigo da Rússia, que suspendeu as exportações do grão. Como os países da Europa destinam boa parte do produto para ração animal, aumentaram a demanda e os preços da soja e do milho, grãos também usados para esse fim. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
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