ATO NA AVENIDA PAULISTA: com uma pauta difusa, as manifestações tiveram pouco público pelo Brasil / Rovena Rosa/ Agência Brasil
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2017 às 06h22.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h00.
Pouca gente nas ruas
Com uma pauta difusa e o público disperso em pequenas concentrações ao longo da Av. Paulista, no centro de São Paulo, os movimentos que saíram às ruas neste domingo tiveram o menor público entre todos os atos de 2015 e 2016. Os atos foram realizados em 17 estados. Na capital paulista e em outras cidades do país, os grupos pouparam o presidente Michel Temer e focaram as manifestações no apoio à Lava Jato, na rejeição ao voto em lista fechada e no pedido pelo fim do foro privilegiado. O líder do Vem pra Rua, grupo que concentrou o maior número de pessoas na Av. Paulista, Rogério Chequer, disse a VEJA que o esvaziamento aconteceu porque o pleito era “mais complicado”, a despeito de “estarmos vivendo em um momento tão grave como no impeachment”.
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Carne Fraca: alvos soltos
O juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal, em Curitiba, mandou soltar neste domingo os últimos três presos temporários alvos da Operação Carne Fraca, que apura corrupção envolvendo fiscais do Ministério da Agricultura e empresas do setor de carnes e processados. Ao todo, 37 pessoas foram presas na Carne Fraca, deflagrada no dia 17. Do total, 11 com temporária, quando a detenção vale por 5 dias, prorrogáveis por mais 5. Na terça, o magistrado mandou soltar oito dos alvos que estavam nesta condição e prorrogou por mais cinco dias a ordem de reclusão contra Rafael Nojiri Gonçalves, Antonio Garcez Junior e Brandizio Dario Junior. Neste domingo, o delegado da Polícia Federal Maurício Moscardi Grillo enviou ofício ao juiz comunicando o fim da necessidade de detenção dos alvos.
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Abilio fica
O empresário Abilio Diniz deve ficar na presidência do conselho de administração da fabricante de alimentos BRF, onde está há três anos. Em 2016, a companhia anunciou o primeiro prejuízo de sua história. Na sexta-feira, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, os principais sócios da companhia — que incluem o fundo Tarpon, os fundos de pensão Petros e Previ e as famílias Furlan e Fontana — montaram uma chapa única que mantém Abilio para mais um período à frente da gestão. A assembleia que deve referendar a chapa está marcada para o dia 26 de abril. Segundo a última edição de EXAME, Abilio está encampando uma série de mudanças na gestão da companhia nas últimas semanas.
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Brasil desativa 10.100 leitos
Entre 2010 e 2016, o Sistema Único de Saúde (SUS) fechou quase 10.100 leitos pediátricos (para pacientes até 18 anos), segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo. As vagas na rede pública passaram de 48.200 para 38.100 no período. Segundo o Ministério da Saúde, o investimento na área aumentou 12% no período, e a redução de leitos está relacionada à mudança de perfil das doenças e à “tendência mundial de descapitalização”.
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Dominicanos protestam
Milhares de pessoas marcharam neste domingo pela cidade dominicana de Santiago para exigir o fim imediato das operações da construtora brasileira Odebrecht na República Dominicana. Além disso, os manifestantes exigiam punição para autoridades que receberam subornos da empresa. Uma das organizadoras do protesto, Altagracia Kubinyi disse que os manifestantes exigem uma auditoria para determinar se a companhia financiou as campanhas eleitorais do presidente Danilo Medina em 2012 e 2016. Imagens da emissora de televisão CDN mostraram milhares de pessoas vestidas de verde no protesto em Santiago, 150 quilômetros ao norte da capital Santo Domingo.
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Rússia prende 700
O pré-candidato à presidência da Rússia, Alexei, Navalni, foi preso neste domingo em um protesto contra o governo de Vladimir Putin. Apenas em Moscou, cerca de 700 pessoas foram presas no ato chamado de dia nacional contra a corrupção, que se repetiu em ao menos 100 cidades russas. É a maior manifestação anti-Putin desde 2012, mas mesmo a forte repressão tem poucas chances de impactar o resultado do pleito — Putin tem mais de 80% de aprovação.
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Nova líder em Hong Kong
A funcionária pública apoiada por Pequim Carrie Lam foi escolhida para ser a próxima líder de Hong Kong neste domingo, em meio à acusações de que Pequim está se intrometendo e negando ao centro financeiro um líder mais populista, talvez mais capaz de neutralizar a tensão política. A maioria da cidade de 7,3 milhões de pessoas comandada pela China não tem poder de escolher seu líder, que é escolhido entre diversos candidatos por um “comitê eleitoral” de 1.200 pessoas recheado de figuras pró-Pequim e pró-establishment. Lam, que se tornará a primeira chefe executiva mulher quando assumir o cargo em 1o de julho, recebeu 777 votos ante 365 de seu rival mais próximo, o ex-secretário financeiro John Tsang, cujas pesquisas mostram ser mais popular.