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Conheça o posto que inspirou o nome da Operação Lava Jato

O Posto da Torre, localizado numa região nobre de Brasília, não é só um lugar para abastecer veículos

Funcionário de um posto de gasolina: os funcionários não falam com a imprensa a pedido do dono do lugar, Carlos Habib Chater, preso desde março (Paulo Whitaker/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2014 às 09h52.

Brasília - Numa região nobre da capital federal, separada do Congresso por cerca de 3 quilômetros, está o posto de gasolina inspirador do nome da principal operação realizada pela Polícia Federal neste ano: a Lava Jato .

O Posto da Torre, um dos mais movimentados do centro da cidade, não é só um lugar para abastecer veículos. Trata-se de um complexo comercial que oferece de alimentação a lavanderia.

Chegou a incluir ainda uma casa de câmbio hoje fechada, a ValorTur, que, segundo agentes federais, lavava dinheiro. A lavanderia de roupas, no entanto, segue aberta.

Com a bandeira Ale, o posto tem 16 bombas. Por dia, atende de 3 mil a 3,5 mil veículos e vende cerca de 50 mil litros de combustível.

Os 85 funcionários não dão entrevistas. Alguns relatam que a família do dono do lugar, Carlos Habib Chater, preso desde março, pediu que não falassem com a imprensa.

Quando as buscas e apreensões da primeira fase da Lava Jato foram realizadas, em 17 de março, não se sabia o tamanho da repercussão que a operação ganharia nos meses seguintes.

Naquele dia, ecoou em Brasília que um dos presos era Carlos Habib Chater, dono do popular posto, localizado nas cercanias da Torre de TV, ponto turístico obrigatório.

Com o silêncio dos funcionários, o que se sabe sobre o dono do comércio está em documentos oficiais. Seu paradeiro atual é a Casa de Custódia de São José dos Pinhais, no Paraná.

Uma das denúncias contra Chater motivada pela Lava Jato o descreve como comandante de "uma organização criminosa destinada a fazer operar instituição financeira sem autorização legal, efetuando operações de câmbio não autorizadas para o fim de promover a evasão de divisas do País". O centro da organização de Chater seria o posto.

Condenação

Chater já foi condenado a um ano e seis meses de prisão pela Justiça Federal de Brasília por ter operado uma casa de câmbio ilegal de 1992 a 1995.

Seu pai, Habib Salim El Chater, era sócio no negócio e recebeu a mesma pena. Na época, a Fly Turismo funcionava no edifício comercial Venâncio 2000, a duas quadras do Posto da Torre.

Na Lava Jato, Chater chamou atenção por causa da ValorTur, que funcionava dentro do Posto da Torre. Os autos deixam claro que o caso da Fly não fez com que Chater deixasse de ser, assim como seu negócio, multifuncional.

Ele não é só um empresário: ao lado de Alberto Youssef, que fez acordo de cooperação com as autoridades, Carlos Habib Chater era um dos doleiros encarregados de lavar dinheiro sujo no esquema investigado pela Operação Lava Jato.

Segundo as autoridades, tráfico de drogas e corrupção de agentes públicos estão entre os crimes encobertos por doleiros investigados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

São Paulo – Aos 42 anos, o juiz federal Sérgio Fernando Moro é o principal nome por trás dos feitos históricos e, por vezes, polêmicos do processo envolvendo a Operação Lava Jato – que investiga suposto esquema de corrupção na Petrobras . Deflagrada em março de 2014, a operação mirava, em um primeiro momento, desmantelar uma teia de lavagem de dinheiro estimada em 10 bilhões de reais. As investigações apontaram o envolvimento de executivos da Petrobras no esquema. Veja 6 respostas sobre a Operação Lava Jato.  No mesmo mês, o doleiro Alberto Yousseff e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foram presos. Um dos principais especialistas em lavagem de dinheiro do país, Moro já havia julgado Yousseff no passado durante o processo do caso Banestado. Na época, o juiz condenou 97 pessoas envolvidas no desvio de 28 bilhões de reais para o exterior. O doleiro da Lava Jato estava entre eles. Durante os últimos 16 meses de investigações, Moro colecionou práticas consideradas necessárias para uns ou questionáveis para outros (principalmente, para os defensores dos acusados), como o uso da delação premiada e a divulgação de alguns depoimentos. Em um seminário no Rio de Janeiro na útlima quinta-feira, ele negou ser herói nacional. Discreto, tende a não revelar muitos detalhes da sua vida pessoal. A esposa dele seria assessora jurídica de Flávio José Arns (PSDB), vice-governador do estado do Paraná, de acordo com informações do blog Conversa Afiada.  Moro é um dos três indicados pela Associação dos Juízes Federais do Brasil para ocupar o lugar de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal. Em 2012, durante o julgamento do mensalão, foi juiz instrutor do Supremo Tribunal Federal como auxiliar da ministra Rosa Weber. Professor de Direito Processual Penal Universidade Federal do Paraná, Moro concluiu o Program of Instruction for Lawyers da Universidade de Harvard e é doutor em Direito pela UFPR.
Veja nas imagens algumas frases que revelam o pensamento do juiz.
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    12 /12(Nacho Doce/Reuters)

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