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Porta-voz: Bolsonaro falará de mudança de partido quando for conveniente

Declaração ocorre depois que o presidente afirmou a um apoiador pré-candidato em Minas Gerais para "esquecer" o PSL

Jair Bolsonaro: presidente deu indícios de descontentamento com o partido (Alan Santos/PR/Flickr)

Jair Bolsonaro: presidente deu indícios de descontentamento com o partido (Alan Santos/PR/Flickr)

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Reuters

Publicado em 8 de outubro de 2019 às 19h46.

Última atualização em 8 de outubro de 2019 às 19h59.

O presidente Jair Bolsonaro vai se manifestar sobre uma eventual troca de partido quando achar conveniente, disse nesta terça-feira (8) o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, horas depois de Bolsonaro dizer a um apoiador que esquecesse o PSL, sua sigla atual, e afirmar ao apoiador que o presidente da legenda, deputado federal Luciano Bivar (PE), está "queimado".

"O presidente não me autorizou a fazer comentários específicos a esse tema e vos adianto que, se assim ele achar adequado, no devido momento ele fará os seus pronunciamentos", disse o porta-voz ao ser indagado durante um briefing regular com jornalistas sobre se Bolsonaro pretende mudar de partido.

Na véspera, ao responder a mesma pergunta, Rêgo Barros disse que naquele momento Bolsonaro disse que não pretendia trocar de legenda.

O porta-voz também foi indagado sobre declarações dadas mais cedo pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que defendeu a discussão sobre o fim do monopólio da Caixa Econômica Federal na administração do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Para Maia, a Caixa remunera mal os recursos do Fundo e isso gera prejuízos ao trabalhador.

"É claro que nós entendemos que o Congresso, a Câmara, o Senado ou ambos, têm o direito de analisar em nome da sociedade aspectos referentes a esse caso que nós estamos discutindo. Mas pontualmente e no momento, o governo entende que o FGTS deve estar sendo gerenciado e conduzido pela Caixa Econômica Federal", respondeu Rêgo Barros.

Caixa 2

O presidente disse que não pode ser acusado de ter usado caixa 2 na eleição do ano passado, porque nem mesmo fez campanha e estava “acamado” por ter sido atacado a faca.

“Essa semana me colocaram como corresponsável por problemas em Minas Gerias. Não tenho nada a ver. Imagina se eu for responsável por 2 mil candidatos no Brasil”, disse ao falar rapidamente na chegada ao Palácio da Alvorada. “Outra, eu estava acamado, estava com um saco do lado aqui.”

Bolsonaro foi atacado a faca durante uma caminhada de campanha em Juiz de Fora (MG). O autor do ataque, Adélio Bispo, foi absolvido pela Justiça por ser considerado inimputável devido a problemas mentais, ao mesmo tempo que foi determinado que ele permaneça em instituição psiquiátrica por tempo indeterminado.

“Não fiz campanha, como é que me acusam? Por que me acusam que eu fiz campanha com caixa 2? Eu não fiz campanha. Não anunciei em jornal nenhum, não fiz uma passeata, não fiz nada.”

No domingo, o jornal Folha de S.Paulo noticiou que depoimento dado à PF e planilha sugerem que dinheiro do esquema de Minas Gerais foi desviado por caixa 2 às campanhas do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio e do presidente.

O caso, em que mulheres teriam sido listadas como candidatas apenas para cumprir a cota exigida por lei e teriam sido usadas para viabilizar o recebimento de recursos do fundo partidário, envolve o ministro do Turismo, Álvaro Antônio, presidente do PSL de Minas Gerais e denunciado na semana passada pelo Ministério Público do Estado.

Demonstrando irritação com os jornalistas, Bolsonaro perguntou qual seria o interesse em “desgastá-lo o tempo todo”.

“Cada vez que eu falo é um problema”, reclamou.

Ao ser perguntado sobre o que quis dizer ao falar a um apoiador, hoje pela manhã, que esquecesse o PSL, seu partido, e o presidente da sigla, Luciano Bivar, que estaria “queimado”, Bolsonaro encerrou a entrevista.

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