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Por reforma, governo cobra ministros e redistribui cargos

Em troca de apoio, equipe de Temer também intensificou a negociação de cargos e acelerou a liberação de emendas parlamentares

Michel Temer: governo também acelerou a liberação de emendas parlamentares para tentar convencer os deputados (Adriano Machado/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de dezembro de 2017 às 07h54.

Brasília - Com apenas uma semana para aprovar a reforma da Previdência ainda este ano, o presidente Michel Temer decidiu enquadrar ministros para que obriguem seus deputados a votarem a favor da proposta.

Em troca de apoio também intensificou a negociação de cargos e acelerou a liberação de emendas parlamentares.

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Na ofensiva em busca dos 308 votos necessários para aprovar o texto, Temer pediu aos ministros da Educação, Mendonça Filho (DEM); da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab (PSD); e dos Transportes, Maurício Quintella (PR) para que convençam suas bancadas a fecharem questão a favor da reforma - ou seja, que obriguem os deputados a votarem como o partido manda, sob o risco de punição.

O Placar da Previdência, do Grupo Estado, mostra que 40 dos 104 deputados que os três partidos têm em conjunto votam contra a reforma. Só 12 disseram ser favoráveis ao texto.

Outros 26 se declaram indecisos. Nesta terça-feira, 12, o ministro da Educação foi até a Câmara para se reunir com os deputados do DEM.

No encontro, propôs que o partido deliberasse sobre fechamento de questão na convenção marcada para esta quinta-feira, 14. E saiu animado.

"Temos um nível de adesão muito alto." Pelas contas do ministro, dos 30 deputados que a sigla tem hoje, 25 devem votar a favor da reforma.

Kassab e Quintella também intensificaram conversas na bancada. "Estou trabalhando diariamente e estamos melhorando.", afirmou o ministro dos Transportes. Sua expectativa é que a bancada, com 37 integrantes, entregue mais de 25 votos favoráveis. Kassab afirma que, após sua atuação, os votos favoráveis já alcançaram 22 dos 38 deputados.

O governo também acelerou a liberação de emendas parlamentares para tentar convencer os deputados.

Nos primeiros dez dias de dezembro, já foram reservados R$ 474,1 milhões, mais do que os R$ 434,9 milhões de todo o mês anterior.

Até domingo, foram empenhados R$ 6,2 bilhões no ano.Com parte da ofensiva, Temer ordenou que seus auxiliares destravassem nomeações no governo.

O Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, por exemplo, trouxe mais de 10 exonerações e nomeações.

Em Cidades, Temer exonerou Luis Paulo Vellozo Lucas do cargo de secretário nacional de Programas Urbanos, que era do PSDB.

Para o lugar dele, deve ser nomeado um nome do PRB. Nos próximos dias, os outros quatro secretários serão exonerados e seus cargos serão divididos entre PP (Habitação); DEM (Transporte) e PR e PMDB.

Temer também intensificou a negociação de cargos. Ofereceu o comando da Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba) ao líder do PR, José Rocha (BA). Rocha avisou que aceita o cargo, mas não garantiu seu voto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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